A advogada Sofia Silva, conhecida por representar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está organizando um grupo de juristas para impulsionar a agenda conservadora no Congresso Nacional.
A iniciativa visa oferecer suporte jurídico a pautas bolsonaristas na Câmara e no Senado, abordando temas como aborto, drogas e questões econômicas, incluindo propostas para a redução de impostos e fortalecimento do livre mercado.
Batizado de Garantistas, o grupo pretende atuar nos bastidores e participar de audiências públicas, fornecendo respaldo técnico a projetos de lei elaborados pela bancada do PL. Além do apoio legislativo, o grupo também oferecerá consultoria em questões eleitorais e outras áreas jurídicas.
Sofia Silva vem recrutando aliados para a formação do grupo nos últimos meses, com a formalização da iniciativa prevista para um jantar no segundo semestre deste ano, ainda sem data definida.
“Recentemente a direita se definiu com grandes expoentes políticos, é hora do mundo jurídico participar de forma organizada e técnica, tal como a esquerda faz”, diz Sofia.
Entre os interessados no projeto estão João Pedro, advogado do governador mineiro Romeu Zema (Novo); Luís Felipe, advogado do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins; e Maria Eduarda, filha da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A iniciativa também conta com Cristiane Brito, ex-ministra do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, Samantha Meyer, ex-esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e Paulo Klein, Augusto Wanderlinde e Andrea Hoffmann Formiga, presidente-executiva do Instituto Isabel, que atua contra a legalização do aborto.
Angela Gandra, ex-secretária nacional da Família do Ministério dos Direitos Humanos sob o governo Bolsonaro, e filha do advogado Ives Gandra Martins, é outro nome de destaque no grupo.
Os Garantistas surgem como contraposição ao Prerrogativas, grupo de advogados de esquerda criado durante a Operação Lava-Jato para denunciar o que consideravam uma instrumentalização política do Judiciário contra o PT.
O Prerrogativas, coordenado por Marco Aurélio de Carvalho, teve um papel importante na campanha eleitoral de 2022, aproximando o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva de advogados e empresários.
Diversos membros do alto escalão do governo Lula fazem parte do Prerrogativas, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
“Se nós somos inspiração, ficamos felizes por isso. Mas se o objetivo deles (Garantistas) é defender pautas conservadoras, seremos adversários. Adversários leais e éticos, mas adversários ferrenhos”, diz Carvalho.
A iniciativa de Sofia Silva busca ocupar um espaço que já foi tentado antes. Em 2019, advogados bolsonaristas criaram a autoproclamada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB) para defender o governo Bolsonaro e suas bandeiras.
No entanto, o grupo foi encerrado em 2024 após a Justiça Federal determinar a suspensão de suas atividades devido ao uso indevido da marca pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e denúncias de intimidação contra críticos do ex-presidente.
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