Em 15 de agosto, o Brasil e a China comemoram 50 anos de relações diplomáticas. A China é atualmente o principal destino das exportações brasileiras, e há conversas em andamento para que o Brasil integre a Nova Rota da Seda, um projeto transnacional de infraestrutura desenvolvido pela China.
De acordo com Eduardo Silva, presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), em entrevista ao site Congresso em Foco, a adesão do Brasil à iniciativa pode ser benéfica para o país, mas é necessário considerar os prós e contras para evitar problemas futuros.
“Eu acho que para o Brasil é interessante porque temos aqueles gargalos de infraestrutura. E quando falamos de ‘gargalos de infraestrutura’ é você perder a eficiência na concorrência dos produtos brasileiros. Então, evidentemente, se a gente conseguir melhorar a nossa infraestrutura, indo para o lado do Pacífico em direção à China, parece que o transporte do container ganha muito tempo. Ao invés de você ficar 40 dias, fica 20 dias. Então, seria um custo-benefício muito grande.”
“Obviamente, não é tão simples o Belt and Road [Cinturão e Rota, em inglês], porque você tem toda uma infraestrutura por parte do Brasil e da China. Então é necessário realmente estipular as regras do jogo, fazer de uma forma muito peculiar essa parceria do Belt and Road para se evitar qualquer conflito posteriormente, até porque tem casos de sucesso e insucesso do Belt and Road no mundo”, completou Silva.
Comemoração para relações diplomatas
Eduardo também explicou que os 50 anos de relações diplomatas entre Brasil e China também serão fruto de festividades em várias cidades brasileiras.
“Há vários eventos em Brasília, em São Paulo e em Campinas. Teremos a vinda da Ópera de Pequim para o Brasil, eventos culturais do Dragon Boat Festival, eventos de música e dança. Também um evento muito grande no Congresso Nacional, no dia 15 de agosto, com a presença do embaixador”, pontuou
“Também vamos lançar o “Ibrachina Musical Project”, que são músicas da nossa banda, que é incentivada pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. São brasileiros que cantam músicas chinesas. Então, tem já um álbum de 10 músicas com Spotify, que será lançado agora em agosto. Lançaremos também um livro dos 50 anos das relações diplomáticas, produzido pelo Chinese Bridge Club, que é um órgão oficial chinês que está no Brasil”, finalizou.