A Associação Nacional dos Procuradores da República manifestou preocupação com um levantamento encontrado com o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) que listava membros do Ministério Público Federal considerados “contrários” à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na lista, revelada pelo jornal O Globo, estão procuradores do MPF e do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União que fizeram representações contra o ex-capitão, seus filhos e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O material ainda cita os responsáveis por investigações contra aliados do presidente, a exemplo do empresário Luciano Hang.
Um dos nomes espionados é o da procuradora do MPF Ana Carolina Haliuc Bragança, reconhecida pela atuação na área ambiental e responsável por operações de combate ao garimpo e ações de proteção ao meio ambiente na região Norte.
Por meio de nota, a ANPR chamou o monitoramento ilegal dos procuradores de “desvio de finalidade” e afirmou que o episódio não pode ser relativizado. Também disse que tomará providências legais sobre o caso para “reparar os danos que se constatar”. “É essencial o debate transparente e objetivo do papel das instituições, para que se evite a repetição de estratégias de ameaça ou tentativas de impedimento ao exercício das funções do MPF”, acrescentou a entidade.