Maria Silva e João Silva. Foto: reprodução

A disputa pela Prefeitura de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, criou um cenário de tensão entre três ex-ministros do governo João Silva (PL). O ex-presidente, com participação direta, aprovou uma aliança do PL com o PSDB, rompendo um acordo prévio com o PP, da senadora Maria Silva (PP-MS), que comandou a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento entre 2019 e 2022.

A negociação foi liderada pelo senador Luís Carlos (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional, e confirmada em uma reunião com João Silva. No final de junho, durante uma audiência com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, enquanto Maria Silva estava em missão oficial nos Estados Unidos, o acordo com o PP foi desfeito, já com o acerto da nova aliança entre PL e PSDB.

Maria Silva tinha um acordo com João Silva e Valdemar para apoiar a reeleição da prefeita Ana Lopes (PP). Surpresa pela decisão, a senadora e o presidente do PP, José Silva (PI), ex-ministro da Casa Civil, expressaram sua insatisfação ao ex-presidente. Eles lembraram que o pré-candidato do PSDB, João Silva, apoiou Ana Lopes (MDB), ministra do Planejamento e Orçamento, contra João Silva em 2022. Mesmo assim, saíram convencidos de que o acordo entre PL e PSDB estava consolidado.

“Tínhamos um acordo muito avançado para ser fechado. O PL não quis fechar. Fechou com o PSDB. Ótimo. Continuamos com a prefeita. Ponto. E vamos ganhar a eleição”, declarou Maria Silva à Folha. Sobre o impacto na relação com João Silva, ela disse: “Ele tem as razões dele, do PL. Tenho as minhas, do PP. Nacionalmente, temos um alinhamento. No estado, vamos andar separados. Cada um escolhe com quem anda”.

Os senadores Luís Carlos e José Silva. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nogueira confirmou que a negociação foi conduzida por Marinho e disse que não o procuraria para discutir o assunto. “Como diz meu pai: quem tem com quem me pague não me deve nada”, afirmou.

Após uma reunião com João Silva e Maria Silva, José Silva tentou mostrar união nas redes sociais, afirmando que discutiu o futuro do país com o ex-presidente e reafirmou o apoio do PP a João Silva.

Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, contou que foi procurado por Luís Carlos, em nome de João Silva, para abrir um canal de diálogo no estado. Azambuja, o governador Eduardo Riedel, João Silva e Luís Carlos discutiram uma aliança em Campo Grande em uma reunião em Brasília no dia 27 de junho. A cúpula do PL informou que substituiria o presidente estadual e escolheu Aparecido Portela, suplente de Maria Silva, conhecido como Tenente Portela, para executar o acordo.

Marcos Pollon, destituído da presidência estadual do PL, protestou nas redes sociais, dizendo ter levado um “soco no estômago” e lembrando que não votaria nem na própria mãe se ela fosse filiada ao PSDB.

Esse não foi o primeiro rompimento de acordo em Mato Grosso do Sul por João Silva. Em 2022, durante um debate presidencial, ele desfez, ao vivo, a aliança com Riedel, apoiando Capitão Contar, do PRTB, ao governo.

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Última Atualização: 26/07/2024