Os Estados Unidos não veem necessidade de um imposto internacional aos super-ricos, disse a secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, na quinta-feira (25) no Rio de Janeiro, onde o G20 debate esse assunto que gera divergência entre seus membros.

A política fiscal é muito difícil de coordenar globalmente. Não vemos a necessidade nem acreditamos que seja desejável tentar negociar um acordo global sobre esse tema, afirmou.

Em vez disso, ela defendeu que cada país deve garantir que tenha um sistema tributário “justo e progressivo”.

Os Estados Unidos apoiam firmemente um sistema tributário progressivo, que garanta que indivíduos muito ricos e de alta renda paguem sua parte justa, explicou Yellen em resposta a uma pergunta sobre uma ideia promovida pelo Brasil no G20 para introduzir um imposto global sobre grandes fortunas.

Faz sentido para a maioria dos países optar por essa abordagem tributária progressiva, acrescentou.

Os titulares das economias do G20, atualmente presidido pelo Brasil, abordarão a questão espinhosa em uma reunião à tarde no Rio.

A ideia de um imposto coordenado sobre os mais ricos surgiu no G20 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste ano e gradualmente ganhou apoio de vários países, incluindo França, Espanha e África do Sul.

O economista francês Gabriel Zucman estima que a taxa de imposto paga pelos bilionários é de apenas 0,3% de sua riqueza. Em um relatório recente preparado a pedido do Brasil, Zucman propôs um imposto de 2% sobre as fortunas de cerca de 3.000 bilionários.

Mas nem todos apoiam essa ideia.

Além dos EUA, o Ministério das Finanças da Alemanha, às vésperas do G20, considerou a ideia de um imposto mínimo sobre a riqueza “irrelevante”.

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Última Atualização: 25/07/2024