O Atentado no Aeroporto dos Guararapes foi uma explosão de bomba que ocorreu no Aeroporto Internacional do Recife em 25 de julho de 1966, resultando em duas mortes e 14 feridos. A bomba estava dentro de uma mala abandonada e tinha como alvo principal o marechal João da Costa e Silva, então ministro do Exército e candidato à Presidência.

O atentado ocorreu durante um período de tensão política no Brasil, em meio ao regime militar que se instalou após o golpe de 1964. O marechal Costa e Silva estava no Recife para participar de eventos de campanha. A bomba foi descoberta pelo guarda-civil João Thomaz de Aquino, que tentou removê-la, mas a mala explodiu antes que ele pudesse entregá-la ao Departamento de Aviação Civil. A explosão ocorreu no saguão do aeroporto, causando mortes e ferimentos graves a várias pessoas presentes.

As vítimas fatais do atentado foram o almirante reformado Luís Gomes Fernandes e o jornalista Carlos Régis de Carvalho. Entre os feridos estavam civis e militares, com diversos graus de lesões. O atentado gerou um grande impacto na sociedade brasileira, trazendo à tona a oposição ao regime militar.

As investigações sobre o atentado foram conduzidas pelo regime militar, que rapidamente atribuiu a responsabilidade aos grupos de oposição armada, especialmente os ligados ao Comando de Libertação Nacional (COLINA) e à Ação Libertadora Nacional (ALN). No entanto, as circunstâncias exatas e os autores do atentado nunca foram totalmente esclarecidos, e há várias teorias e especulações sobre a verdadeira autoria e motivação do ataque.

Segundo o historiador Pedro Gorender, o atentado foi uma ação precipitada e mal planejada dos grupos de esquerda, refletindo a falta de experiência, mas também a radicalização dos militantes da luta contra a ditadura. Gorender argumenta que o atentado, ao invés de enfraquecer o regime, acabou por fortalecer a repressão e justificar medidas mais duras contra a oposição.

Décadas mais tarde, a Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar os crimes cometidos durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), incluiu o atentado dos Guararapes em suas investigações. A comissão buscou trazer à luz novas informações e contextos sobre o ataque.

Em reconhecimento às vítimas do atentado, foram realizadas várias homenagens ao longo dos anos. Placas e monumentos foram instalados no Aeroporto dos Guararapes e em outras localidades para lembrar os mortos e feridos no ataque. Essas homenagens servem como um lembrete das tragédias ocorridas durante a ditadura e da importância da memória histórica na busca por justiça.

O Atentado no Aeroporto dos Guararapes é um marco na história do Brasil, simbolizando a escalada da violência política durante ao período tenebroso da ditadura. O ataque exacerbou a repressão e a violência estatal contra a oposição. Embora as circunstâncias exatas e os responsáveis pelo atentado permaneçam envoltos em mistério, o evento continua a ser um ponto de reflexão sobre os desafios enfrentados na luta pelos direitos democráticos e pelos direitos humanos no país.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 25/07/2024