Faltando pouco para a abertura oficial dos Jogos Olímpicos Paris 2024, que ocorre nesta sexta-feira, 26 de julho, a competição que reunirá mais de 10 mil atletas do mundo em 48 modalidades esportivas traz algumas novidades e curiosidades do campo político-social. O GGN reúne algumas delas, confira:

1) Paridade de mulheres

A primeira e principal novidade é que, após mais de um século de sua existência, as Olimpíadas 2024 terão paridade de homens e mulheres: os países são obrigados a enviar, pelo menos, mesma quantidade de atletas mulheres em comparação aos homens.

E o Brasil não só cumpriu a exigência, como ultrapassou a marca: pela primeira vez na história, as mulheres serão maioria na delegação brasileira. Do total de 277 atletas, 153 (53%) são mulheres.

Mas o fenômeno não foi resultado de esforços diretos das entidades esportivas brasileiras, e sim porque as atletas mulheres foram as que mais se classificaram em esportes coletivos, como futebol, vôlei, handebol e hugby, do que os homens do país.

Ainda assim, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) comemorou o balanço como uma conquista no desenvolvimento do esporte feminino no Brasil.

Dica: Estão entre algumas das destaques das competições a skatista Rayssa Leal, 16 anos, a atleta mais jovem a ganhar uma medalha pelo Brasil e a mais jovem atleta do país nas Olimpíadas, e a já campeã Ana Marcela, a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro na maratona aquática nas Olimpíadas 2020 e campeã de maior nadadora de águas abertas do mundo por seis vezes.

2) Preocupação ambiental e social

Entre os esforços por medidas mais conscientes com o meio ambiente, a Vila dos Jogos Olímpicos foi construída com materiais ecológicos, 60% do cardápio dos jogos será vegetariano e como uma importante política sócio-urbana, após o evento esportivo, a Vila Olímpica se transformará em um novo bairro.

A Vila Olímpica de Paris – Foto: Divulgação COI

Anteriormente, o local de construção da Vila era uma área industrial sem uso de Paris. Após as competições, quando os milhares de atletas forem embora, o local batizado de Plaine Saulnier, localizado entre as cidades de Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L’Ile-Saint-Denis, será reocupado, com os 3 mil apartamentos em 40 edifícios tornando-se moradia para milhares de franceses.

3) Refugiados

Atentos aos grandes deslocamentos migratórios pelo mundo, em 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Internacional estabeleceu que atletas que não puderam mais participar de competições representando os seus países, ao serem forçados a abandonar suas nações, poderiam competir nas Olimpíadas pela Equipe Olímpica de Refugiados.

A nadadora síria Yusra Mardini, atualmente embaixadora da ACNUR, foi uma das competidoras de 2016. Fugindo do seu país na Guerra Civil, em 2015, ela e sua irmã atravessaram o Mar Egeu de bote, com outros 18 refugiados, para chegar à Grécia, quando o motor parou e o bote começou a encher de água. Nadadoras profissionais, ela, sua irmã e outras duas pessoas pularam no mar e empurraram o bote por mais de 3 horas até chegar à ilha de Lesbos. A sua história inspirou o filme “As Nadadoras” (2022).

Nadadora Yusra Mardini, um ano antes de participar das Olimpíadas 2016, atravessava o Mar Egeu nadando e empurrando bote com refugiados – Foto: ACNUR

Neste ano, 36 atletas integram a Equipe Olímpica de Refugiados e participarão dos Jogos de Paris, representando mais de 100 milhões de refugiados pelo mundo.

4) Atletas russos não poderão usar bandeira

A pressão internacional sobre o conflito Rússia e Ucrânia também chegou ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que impôs uma série de regras para a participação dos atletas do país nas Olimpíadas, incluindo o apagamento da bandeira da Rússia.

Oficialmente, o país informa que não participará dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, afirmando ter sido banido da competição. Após a guerra com a Ucrânia, o COI sancionou o país e permitiu que os atletas participassem, mas com uma série de condições, entre elas o uso de uma bandeira “neutra”, sem representar a Rússia, além de serem impedidos de demonstrar apoio ou referências ao conflito na Ucrânia.

Assim, somente 16 atletas russos participarão das competições.

Russos deverão usar “bandeira neutra”

5) Bebidas alcoólicas proibidas

Esporte e violência é uma combinação, infelizmente, já conhecida dos torneios e competições, motivados, sobretudo, pelo consumo exacerbado de bebidas alcoólicas.

Mas já é lei na França, desde 1991, a proibição da venda de bebidas alcoólicas em eventos esportivos. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris manteve a regra existente e não liberou o consumo junto às autoridades.

Uma exceção, contudo, gerou críticas: as áreas VIPs do Comitê Olímpico Internacional (COI), disponíveis em todos os locais de competição, pdoerão ter bebidas alcoólicas. Em 2019, a então ministra da Saúde francesa, Agnès Buzyn, tentou impedir a medida, mas sofreu derrota por pressão da indústria das bebidas.

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Última Atualização: 23/07/2024