Controvérsia e suspeitas de irregularidade rodeiam a privatização da Sabesp, concluída na terça-feira, 23 de julho, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A Equatorial, única interessada, desembolsou R$14,7 bilhões, valor 22% menor do que o preço de mercado da empresa. Cada ação da empresa estava avaliada em R$ 87,00, enquanto foi vendida a R$ 67,00. O prejuízo causado por Tarcísio é avaliado em R$ 4,5 bilhões.

A presidenta Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hffmann, classificou a venda como a maior negociata dos últimos tempos. “A maior empresa de saneamento do país foi vendida sem concorrência, por um preço muito menor do que ela vale, abaixo até da cotação em Bolsa, e um acionista com apenas 15% do capital vai comandar o negócio”, lamentou.

“Países e grandes cidades do mundo inteiro estão reestatizando empresas de saneamento, vendidas na onda liberal do século passado, porque água não é negócio particular, é serviço público. Não existe mesmo bolsonarista moderado: nem na política nem na sede de vender o estado”, disparou.

O deputado federal e secretário de Comunicação do PT Jilmar Tatto (PT-SP) classificou como “vergonhosa a privatização da Sabesp”. Pelo X, o parlamentar afirmou, ainda, que “a população foi enganada pelo governador de São Paulo”. Para ele, a redução de tarifa anunciada não se sustenta por muito tempo.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também se manifestou pelas redes sociais. “28 milhões de pessoas em São Paulo agora serão reféns de uma empresa que não tem qualquer expertise em saneamento”, denunciou. Para Zarattini, não resta dúvida de que quem irá pagar a conta do golpe de Tarcísio contra São Paulo é a população.

Pouco comprometido com os interesses do povo paulista, o governador Tarcísio de Freitas conclui a privatização da Sabesp, ignorando as consequências do modelo adotado para a qualidade, universalidade e custo dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto para a população de São Paulo.

Oposto à ideia de êxito apresentada pelo governo, o Sintaema destaca as mais de 50 Ações que tramitam na Justiça, que denunciam irregularidades e a inconstitucionalidade desse processo. José Antonio Faggian, presidente da entidade, destaca a recente cobrança junto ao Tribunal de Justiça para que o Ministério Público se manifeste a respeito.

Agora detentora de 15% das ações da Sabesp, a Equatorial vai indicar parte da diretoria da empresa e já revelou qual o foco de sua gestão: garantir lucros bilionários dos acionistas e promover cortes no quadro de funcionários. Metas de saneamento e ampliação do atendimento à população, ao que tudo indica, são assuntos secundários.

Da Redação

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Última Atualização: 24/07/2024