O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, em entrevista nesta segunda-feira, que o governo está preparado para fazer congelamentos orçamentários sempre que necessário.
“Sempre que precisar bloquear nós vamos bloquear”, declarou Lula durante um encontro com jornalistas de agências internacionais no Palácio da Alvorada.
Na conversa, Lula mencionou o recente bloqueio de 15 bilhões de reais no orçamento de 2024, enfatizando que esta não foi a primeira vez que tais medidas foram necessárias.
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Ele alertou que exceder as receitas pode levar o país a uma situação financeira crítica.
“Se gastar mais do que arrecada, o país vai quebrar”, explicou, acrescentando que a necessidade de futuros cortes dependerá diretamente do desempenho da arrecadação.
Além das questões fiscais, o presidente teceu críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro deste ano.
Lula expressou descontentamento com a atual liderança do Banco Central e sinalizou que a escolha do próximo presidente da instituição será criteriosa.
“Eu espero que a gente encontre uma pessoa que seja, do ponto de vista técnico, muito competente; seja, do ponto de vista político, muito honesto e muito sério; e que seja uma pessoa que efetivamente ganhe autonomia pela sua respeitabilidade, pelo seu comportamento”, disse.
Lula também reiterou sua posição contrária à autonomia do Banco Central, questionando a eficácia da autonomia sob a gestão de Campos Neto em comparação com Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco durante seus primeiros mandatos (2003-2010).
Ele questionou a postura de Campos Neto em relação aos aumentos salariais para as camadas mais humildes da população.
“Como pode um rapaz que se diz autônomo, presidente do Banco Central, estar incomodado com o fato do povo mais humilde estar ganhando aumento de salário?”, indagou o presidente.