O coronel João Eduardo Silva, símbolo da direita após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília em 8 de janeiro de 2023, tem recebido apoio financeiro de “patriotas” sensibilizados pelos pedidos de Pix feitos por sua esposa nas redes sociais.
Maria Luiza Silva alega ter “dívidas urgentes que precisam ser pagas” e retrata seu marido como um herói “preso político” para arrecadar doações online. O policial, atualmente réu, está proibido de usar as redes.
Enquanto o casal recebe doações, a residência da família está passando por uma grande reforma, especialmente na área da piscina. Eles moram em uma casa de alto padrão em um condomínio fechado em Vicente Pires, no Distrito Federal.
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Os pedidos de contribuição financeira começaram quando Silva teve seu salário suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no final de agosto de 2023. Em nota, Maria explicou que recebeu doações “enquanto o salário esteve bloqueado e enquanto o provedor da família esteve preso”.
Naime era chefe do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), mas não estava no cargo em 8 de janeiro de 2023, quando simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vandalizaram as sedes dos Três Poderes.
As postagens
As primeiras publicações de Maria eram apelos por ajuda financeira. “Nossa família está contando com sua ajuda, seja doando ou compartilhando nossos dados. Cada gesto faz a diferença. Venha fazer parte dessa união”, escreveu em um flyer com a foto de Silva fardado.
Ela também compartilhava notícias relacionadas ao período de detenção do marido para solicitar doações via Pix, como aconteceu em dezembro de 2023, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF, negou o pedido para soltar o coronel.
Enquanto os “patriotas” contribuíam, a Associação dos Oficiais da PMDF (ASOFPMDF), que era presidida por Silva antes de sua prisão, também arrecadava dinheiro, principalmente entre os membros da corporação.
A campanha de arrecadação incluiu até um vídeo de uma major que trabalha na Corregedoria da PMDF, fardada, pedindo doações via Pix para a família de Silva, em outubro de 2023. Na divulgação, Cristiane Caldeira, tesoureira da entidade, e o coronel Leonardo Moraes, presidente da Asof, afirmam que o dinheiro era “destinado totalmente aos familiares”, para “manutenção das famílias”.
Atualmente, o coronel é réu e responde ao processo em liberdade provisória, cumprindo medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do DF ou usar redes sociais. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de omissão frente aos atos antidemocráticos.