A Eva, subsidiária da Embraer, apresentou o primeiro protótipo em escala real de sua aeronave elétrica de decolagem e pouso verticais (eVTOL) durante um evento para investidores e clientes na instalação industrial de Gavião Peixoto, em São Paulo, no dia 3 de julho.
A empresa, que faz parte de um grupo de startups focadas no desenvolvimento de aeronaves movidas a bateria para trajetos urbanos curtos, visa a certificação do modelo para começar as operações comerciais em 2026.
Segundo o presidente-executivo da Eve, Johann Bordais, em declarações à imprensa no evento, os testes de voo do protótipo estão previstos para ocorrer até o final deste ano ou início de 2025.
O modelo, que atualmente opera sem cabine ou piloto, será desenvolvido para transportar quatro passageiros e um piloto.
“Esse protótipo é totalmente remoto para testar a aerodinâmica… Fazer o voo vertical e depois o voo que a gente chama de transição, de vertical para o voo horizontal”, explicou Bordais.
A jornada para a certificação começou em 2022, quando a Eve solicitou o reconhecimento formal à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A expectativa é que até 2026, cinco protótipos estejam prontos e um eVTOL de pré-série seja lançado como parte do processo de certificação.
A empresa destacou os desafios técnicos do projeto.
“Nós estamos no limite da tecnologia do que se faz no mundo aeronáutico… Esse momento agora de fazer os testes é primordial para nós”, disse Bordais.
No aspecto financeiro, a Eve debutou na Bolsa de Valores de Nova York em 2022, captando quase 400 milhões de dólares.
Recentemente, a empresa assegurou um empréstimo de 92 milhões de dólares do BNDES e anunciou uma nova rodada de financiamento que totalizou 94 milhões de dólares, com participações da Embraer e da japonesa Nidec, um dos principais fornecedores.
“Ele (o novo investimento) dá para nós esse conforto que a gente vai poder continuar a desenvolver esse produto até 2027”, afirmou Bordais.
Atualmente, a Eve já acumulou cerca de 3 mil encomendas potenciais de seu eVTOL, com clientes interessados como a United Airlines, a empresa charter Global Crossing e a locadora de aeronaves Azorra.
Com o novo aporte, a empresa se sente segura para continuar o desenvolvimento do projeto sem necessidade imediata de converter as cartas de intenção em pedidos firmes.