Os pesquisadores Luís Carlos, Maria Fernanda e João Pedro publicaram, na última edição da renomada revista Science, um artigo em que constatam que o surto de dengue que atingiu o Brasil este ano deixou mais de US$ 5 bilhões de prejuízo, o equivalente a R$ 28 bilhões.
O valor se refere aos custos com cuidados com saúde, além de perdas diretas na produção e serviços. Devido à escassez de pessoal, empresas registraram menor lucro, além de ter de realocar colaboradores e treinar funcionários para exercer novas funções.
Apenas nos primeiros seis meses deste ano, o país registrou mais de seis milhões de casos de dengue, doença que, apesar de sazonal, se tornou um surto devido às mudanças climáticas que favorecem a proliferação do aedes aegypti.
O mosquito transmissor também está mais resistente a inseticidas, dificultando a tarefa de eliminar permanentemente os criadouros.
Os pesquisadores constataram ainda que a maior incidência da doença está relacionada ao baixo nível socioeconômico da população. As pessoas mais expostas à dengue tendem a ter baixos salários, educação limitada, baixa alfabetização e pouca informação sobre como evitar a transmissão.
Além do Brasil, os demais países da América Latina também enfrentam maior número de casos de dengue.
Entenda
O Ministério da Saúde (MS) contabilizou 6,37 milhões de casos prováveis de dengue este ano, maior número da história. A pasta contabiliza ainda 4.714 óbitos no mesmo período e há 2.351 mortes sob investigação para constatar se a causa foi ou não a dengue.
Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores cruzaram dados do DataSUS.
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