O presidente Lula anunciou, nesta sexta-feira (19), em São José dos Campos (SP), investimentos de R$ 4,5 bilhões na Embraer, companhia que representa um dos mais estratégicos trunfos da economia do país. Às vésperas de completar 55 anos, ela vem escalando a produção de aviões em resposta à demanda internacional. Os recursos, provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), são para o financiamento da exportação de 32 jatos modelo E175 para a American Airlines.
Na sede da Embraer, Lula esteve ao lado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e de outros ministros. Ele enalteceu as empresas estratégicas do país e reiterou que, durante seu governo, o BNDES exercerá o papel que lhe cabe no desenvolvimento nacional.
“Não é sempre que o BNDES financia exportação brasileira. Não é sempre que o BNDES tem coragem de emprestar R$ 4,5 bilhões para financiar avião para uma empresa americana. Isso é decisão política”, defendeu Lula, que recebeu do presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, uma jaqueta da companhia.
O presidente falou também de sua relação histórica com a Embraer. “Eu vinha à Embraer, desde que eu era metalúrgico no ABC, para fazer reuniões. Desde aquela época, ela era motivo de orgulho nacional. Todo país que se preza e se respeita tem coisas que são ‘imexíveis’. Como pode um país que tem uma empresa da envergadura da Embraer, a terceira maior do mundo, achar que pode vender esse patrimônio nacional?”, afirmou.
Eu vinha à Embraer, desde que eu era metalúrgico no ABC, para fazer reuniões. Desde aquela época, ela era motivo de orgulho nacional. Todo país que se preza e se respeita tem coisas que são "imexíveis". Como pode um país que tem uma empresa da envergadura da Embraer, a terceira…
— Lula (@LulaOficial) July 19, 2024
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (PT-SP), enfatizou a importância das exportações da Embraer para a balança comercial do Brasil. Mercadante também elogiou a política externa profissional praticada pelo governo federal e as condições macroeconômicas proporcionadas pela gestão do ministro Fernando Haddad (PT-SP) à frente da Fazenda.
“Nós financiamos em real, mas a receita, quando volta, é em dólar. Toda a nossa exportação, a receita é em dólar […] é muito importante a gente exportar valor agregado e não só commodity. A Embraer é um símbolo da capacidade, da criatividade, do potencial do povo brasileiro”, reconheceu.
Soberania nacional
Mercante chamou de “inaceitável” a tentativa de entregar a Embraer à Boeing, ideia aventada pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), mas fracassada. “Hoje nós temos a Boeing aqui na porta da Embraer. Já levou 220 engenheiros da Embraer. A Justiça brasileira precisa tomar uma decisão sobre essa matéria, o Congresso”, alertou.
Em 2023, a Embraer entregou 181 aviões, sendo 64 comerciais, 115 jatos executivos e dois KC-390, de uso militar. Isso representa um aumento de 13% na comparação com 2022, quando a marca foi de 160 aparelhos.
A escalada nas vendas da Embraer está diretamente relacionada à política externa do governo Lula. Desde que assumiu, as viagens diplomáticas do presidente ao exterior renderam mais de 100 novos mercados aos produtos nacionais.
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Reforma tributária
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB-SP), enumerou algumas das medidas do governo Lula em prol do crescimento econômico e da industrialização do Brasil, entre elas, a reforma tributária, articulada por Haddad junto ao Congresso Nacional e, nas palavras de Alckmin, “aguardada há 40 anos”.
“Ela vai fazer a diferença. Os estudos do IPEA mostram que, em 15 anos, a reforma tributária, por si só, pode fazer o PIB crescer 12%; os investimentos crescerem, no Brasil, 14%; e as exportações, 17%. Porque ela tira cumulatividade, então ela estimula exportação e estimula investimento”, explicou o vice-presidente.
Da Redação, com informações de Canal Gov, Embraer
Última Atualização: 19/07/2024