A Bahia registrou em 2023 a morte mais frequente em consequência de ações policiais no Brasil, com 1.699 mortes por intervenção de agentes de segurança, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024. Esse número representa um quarto dos 6.393 casos notificados em todo o país.
O estudo, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, coloca o município de Jequié, no sudoeste baiano, no topo do ranking nacional com uma taxa de 46,6 mortes por 100 mil habitantes.
Além de Jequié, outras quatro cidades baianas estão entre as dez mais violentas em termos de ações policiais: Eunápolis, Simões Filho, Salvador e Luís Eduardo Magalhães.
Em comparação com outros estados, a Bahia só é superada pelo Amapá em termos relativos, onde 173 mortes por intervenções policiais equivalem a 23,6 mortes por 100 mil habitantes.
O relatório detalha um aumento de 188,9% na letalidade policial em todo o país ao longo da última década.
A maioria das vítimas identificadas são indivíduos de cor preta (82,7%), jovens entre 12 e 29 anos (71,7%) e do sexo masculino (99,3%). O estudo aponta que a probabilidade de indivíduos de cor preta serem mortos em intervenções policiais é 3,8 vezes maior do que a de não indivíduos de cor preta.
O anuário também menciona as perdas entre os policiais, registrando 127 agentes assassinados em 2023, 57% dos quais fora de serviço. Na Bahia, foram registradas nove mortes de policiais.