Próximos do início dos Jogos Olímpicos de Paris, cuja abertura ocorrerá na sexta-feira 26, acompanhamos as delegações se instalando na França e vamos tendo acesso à magnitude do evento que tomará a capital francesa.

Das arquibancadas instaladas às margens do Sena aos edifícios históricos a serem transformados em ginásios, tudo ali é de encher os olhos.

Por falar em Sena, na quarta-feira 17, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, mergulhou no famoso rio para mostrar que as águas não estão mais poluídas e têm condições de receber as provas de águas abertas.

A despeito da proximidade da Olimpíada, é impossível, para um colunista esportivo, não se debruçar também sobre o encerramento da Copa América e da Eurocopa.

Às decisões finais de ambos os torneios chegaram os que melhor se apresentaram durante os jogos. No fim, venceram as seleções mais bem preparadas.

Na Euro, a Espanha mostrou maior estabilidade para vencer a Inglaterra que, pela segunda vez consecutiva, perdeu a disputa final, terminando como vice.

Gareth Southgate, o técnico da equipe britânica, pediu demissão do cargo na terça-feira 16. Ou seja, a seleção terá de recomeçar o seu caminho.

Os espanhóis, por sua vez, além de terem erguido a taça, confirmaram o valor da revelação do Barcelona: o jovem Lamine Yamal, desinibido em campo, em plena explosão de energia de seus 17 anos.

Do lado de cá do Atlântico, não são sequer dignas de comentário as confusões que atrasaram em mais de uma hora o início da partida entre Argentina e Colômbia, no Hard Rock Stadium, em Miami.

Houve, ainda, o aumento do tempo de intervalo, para que se pudesse manter o estilo norte-americano dos espetáculos, com um majestoso show da cantora colombiana Shakira.

O jogo decisivo pela conquista do título foi cumprido com todos os detalhes de uma final, até se chegar à vencedora Argentina.

A equipe precisou recorrer a todos os recursos da sua posição de campeã do mundo para alcançar o bi desta Copa América. E o fez com todo o merecimento.

O fecho da partida exigiu a mesma manobra dos dois treinadores: lançar um centroavante autêntico, buscando definir um jogo disputado palmo a palmo até os últimos minutos da prorrogação.

Ao técnico também argentino da seleção colombiana, Nestor Lorenzo, coube colocar em campo um jogador fora de suas melhores condições que perdeu a chance de ouro para definir a Copa.

O técnico da seleção argentina, Lionel Scalone, pôde, por outro lado, contar com o consagrado artilheiro Lautaro Martínez para vencer.

Lorenzo conta com a minha maior admiração pela excelente equipe colombiana.

Trata-se de um time excepcionalmente bem treinado, que entra em campo fazendo a difícil opção de jogar a maioria das vezes de primeira, sem a necessidade de dominar sempre a bola. Isso exige muito treinamento e um excelente preparo físico dos atletas. Enfim, o duelo entre os dois treinadores conterrâneos foi o ponto alto desta final.

A Colômbia, com as características já citadas, foi para cima dos argentinos que, falsamente, pareciam inicialmente estar sendo dominados, mas exibiam a maturidade da condição de maiores vencedores do continente americano destes tempos.

Foi uma finalíssima que nos ofereceu um grande espetáculo de futebol.

Além de o resultado ter sido justo, não nego que, a meu ver, seria uma tristeza muito grande Lionel Messi deixar sua derradeira Copa América derrotado, e aos prantos, exibindo o tornozelo bastante inflamado.

Valeu também ver a alegria no rosto do Ángel Di María, um jogador de carreira brilhante que, com esta final realizada nos Estados Unidos, se despediu da seleção argentina.

Publicado na edição n° 1320 de CartaCapital, em 24 de julho de 2024.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Os grandes eventos’.

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Última Atualização: 18/07/2024