O Movimento de Libertação Nacional da Palestina, o Fatá, foi fundado em 1959 por Iasser Arafat e Khalil al-Wazir. O Fatá foi, inicialmente, uma força progressista que lutava contra o sionismo, mas ao longo do tempo, tornou-se uma frente popular reacionária que obstaculizava a revolução palestina.

Arafat foi a principal figura do partido até sua morte, em 2004. Ele se juntou à Irmandade Muçulmana durante a Guerra Árabe-Israelense e, posteriormente, criou o Fatá.

A situação crítica da Palestina levou todas as organizações a recorrer à luta armada, e o Fatá não foi exceção. O partido consistia em uma organização militar que pregava o fim do Estado de “Israel” e a criação de um Estado Palestino. Em sua primeira década, atuou em vários países árabes, atacando alvos israelenses.

Em 1967, o Fatá se juntou à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma frente popular criada pela Liga Árabe que pregava a criação de um Estado Palestino com fronteiras definidas no tempo do Mandato Britânico e a luta armada contra o sionismo.

A OLP era uma frente popular que reunia as principais organizações palestinas, incluindo a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, o Fatá e outras. O Fatá era a maior delas.

No início, a OLP impulsionou a luta armada pela libertação da nação invadida, mas após a Primeira Intifada e a ineficiência da liderança reacionária do Fatá, a situação política exigia a criação de um grupo mais radical. É nesse contexto que surgiu o Movimento de Resistência Islâmica: o Hamas.

Criado em 1987, após o início da primeira Intifada, o Hamas foi criado como uma resposta à colisão de um carro israelense em um posto de controle palestino, que matou 4 trabalhadores palestinos.

Atuando fortemente na Intifada, o Hamas assistiu a um intenso crescimento, saindo de um apoio de menos de 3% dos palestinos em 1987 para mais de 13% em 1993. Apesar de ainda ser menor que o Fatá, o crescimento do Hamas foi determinante, crescendo mais ainda nos próximos anos.

Em 1993, o Fatá e a OLP cometeram uma das maiores traições contra o povo Palestino. Assinando o Acordo de Oslo, o Fatá subordinou o povo palestino à vontade do sionismo, impediu a criação do Estado Palestino e de um exército oficial palestino, bem como forçou os palestinos a reconhecer o Estado de “Israel”. Mais ainda, os termos do acordo criaram a Autoridade Palestina, na prática, uma polícia dedicada a reprimir os palestinos em favor dos interesses sionistas.

O fracasso do Acordo de Oslo foi marcado pelo início da Segunda Intifada. A incapacidade da OLP e do Fatá forçou o Hamas a agir contra o fascismo israelense, fazendo com que o levante palestino explodisse em 2000 e terminasse apenas em 2005.

Em 2006, o Hamas concorreu às suas primeiras eleições. Assistindo ao crescimento vertiginoso do partido revolucionário, o Fatá promoveu uma gigantesca campanha contra as candidaturas da Resistência Islâmica, com apoio do sionismo e do imperialismo. Apesar do esforço, o Hamas saiu vitorioso nas eleições.

Depois da formação do gabinete do Hamas, a Autoridade Palestina iniciou uma campanha de manifestações, assassinatos e sequestros contra militantes do partido. As tensões entre o Fatá e o Hamas se estenderam até 2007, quando um acordo mediado pela Arábia Saudita, assinado por Mahmoud Abbas em nome do Fatá e Khaled Mashal em nome do Hamas, levou à formação de um governo de unidade.

Em junho de 2007, no entanto, o conflito ganhou novas proporções. O Hamas aproveitou o colapso quase total das forças da Autoridade Palestina em Gaza para assumir o controle de Gaza, expulsando de lá os funcionários do Fatá.

A posição da frente popular liderada pelo Fatá demonstra a catástrofe da política adotada pelo partido palestino. A frente popular palestina abaixou a cabeça para o sionismo, agiu como sua cadela e deixou-o agir livremente contra o povo palestino. Como apontado pelo presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, durante a quarta aula do curso “Lênin e a Revolução Russa” na 51.° Universidade de Férias:

A resistência palestina, com o Hamas na liderança, no que diz respeito à população palestina é (…) praticamente o poder palestino (…). Agora é uma guerra declarada contra a ocupação sionista. Ninguém está sustentando o governo da autoridade Palestina, a não ser o próprio sionismo e imperialismo (…). Na palestina, com a autoridade palestina, é uma situação de frente popular. A frente popular é um mecanismo absoluto de repressão. Após a frente popular vemos uma repressão da esquerda.

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Última Atualização: 18/07/2024