O governo do Amazonas decretou situação de emergência em 20 municípios do estado em razão das secas nos rios, com cinco municípios já em nível 2 de vazante, o último da medição do monitoramento hidrometeorológico da Defesa Civil.

São três municípios na calha do rio Purus: Boca do Acre, Canutama e Lábrea. No Alto Solimões e Juruá, a seca caminha para ser mais severa em Atalaia do Norte e Envira, respectivamente.

Os mais críticos são Boca do Acre com 1,18 metros acima da mínima registrada em outubro de 1998 e Atalaia do Norte com 1,28 metros superior a apontada em novembro do ano passado.

De acordo com o governo do Amazonas, 10 mil pessoas estão sendo afetadas com isolamento de comunidades, abastecimento de água potável, insumos e medicamentos.

A situação de emergência alcança as cidades das do Juruá, Purus e Alto Solimões, já afetadas pela vazante.

Além disso, foi decretado situação de emergência ambiental em 22 cidades do sul do estado e região metropolitana de Manaus.

O governador Wilson Lima disse que o decreto de emergência é importante para que se possa dar amparo legal aos municípios e que eles possam se mobilizar.

De acordo com ele, houve um planejamento para que seja possível prestar assistência às populações afetadas de forma mais rápida.

Mudança do Clima

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT) diz que a mudança do clima, decorrente da ação antrópica, está por trás da seca histórica na bacia do rio Amazonas em 2023.

Os cientistas identificaram que o aquecimento global tornou a seca que atingiu a região 30 vezes mais provável e que o aumento das temperaturas foi determinante para a intensidade e extensão do episódio.

A análise rápida de atribuição, divulgada em janeiro pelo World Weather Attribution (WWA), foi elaborada por uma equipe internacional de 18 cientistas climáticos de universidades e agências meteorológicas do Brasil, Dinamarca, Reino Unido e Países Baixos.

A professora de oceanografia física e clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina Rodrigues, que integrou o grupo, assegurou que a temperatura foi fator primordial para exacerbar a seca na maior floresta tropical.

Ela disse que o período seco na Amazônia começou muito mais cedo, em junho, fora do período que normalmente se espera de impacto para o El Niño, e as anomalias de temperatura das águas do Atlântico Norte, que estavam fora do padrão esperado, também contribuíram.

Imagem da seca no Amazonas

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Última Atualização: 17/07/2024