O Estado de “Israel” continua a sua agressão em áreas “seguras” de Gaza, vitimando centenas de civis e destruindo a infraestrutura debilitada do território palestino. Essas “áreas seguras”, estabelecidas pelo próprio Estado sionista, seriam localidades livres de qualquer operação militar israelense, tornando-as centros de campos de refugiados, como em al-Mawasi, local do último ataque israelense (13/07) que ceifou a vida de mais de 90 civis palestinos (sem contar os feridos).

O ataque foi tão chocante, que até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) foi obrigada a manifestar-se sobre o ataque. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse por meio de seu porta-voz, na noite de sábado, que estava “chocado e triste com a perda de vidas”. A porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que os relatórios indicavam que o ataque havia ocorrido em uma área densamente povoada “designada como uma zona humanitária que abriga pessoas desalojadas”.

“Isso ressalta que nenhum lugar é seguro em Gaza”, enfatizou a porta-voz. “O Secretário-Geral condena o assassinato de civis, incluindo mulheres e crianças. Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, deve haver um cessar-fogo humanitário imediato, com todos os reféns libertados imediatamente e incondicionalmente”, concordando com a posição israelense apesar de condenar o ataque.

A oficial sênior de comunicações da agência de refugiados da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Louise Wateridge, tuitou um vídeo perturbador do hospital Al Nasser na tarde de sábado, em que os funcionários estavam “limpando poças de sangue apenas com água”.

Ela descreveu crianças deitadas em colchões manchados de sangue “traumatizadas por terem perdido irmãos. Algumas dessas crianças haviam perdido membros, muitas tiveram ferimentos que mudarão suas vidas”.

O escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR) no Território Palestino Ocupado emitiu uma declaração condenando o uso contínuo de armas com amplo impacto em áreas populosas de Gaza, o que o Estado sionista ignora olimpicamente.

“Israel” declarou que o alvo do ataque de sábado em al-Mawasi era do Hamas, Mohammed Dayef, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que não tinha certeza se o combatente havia sido morto. O Hamas rejeitou a premissa do ataque como “falsa”, ressaltando que essa não é a primeira vez que a ocupação atinge campos de refugiados, entre outras áreas densamente povoadas por população civil, alegando alvejar líderes palestinos.

O movimento explicou que o massacre em al-Mawasi demonstra que o governo de ocupação continua sua guerra de extermínio contra o povo palestino, atacando repetida e sistematicamente civis desarmados em tendas, centros de deslocamento e bairros residenciais, e cometendo os crimes mais hediondos contra eles.

O Hamas observou que o desrespeito da ocupação sionista às leis e aos tratados internacionais e as violações generalizadas cometidas contra civis desarmados não teriam continuado sem o apoio fornecido pela administração dos EUA. Esse apoio é fornecido encobrindo os crimes israelenses, fornecendo ao Estado sionista todos os meios de apoio político e militar e paralisando a justiça, como vemos no caso do Tribunal Penal Internacional.

Em uma declaração à Reuters, o líder do Hamas, Sami Abu Zuhri, confirmou que o relatório transmitido pela Rádio do Exército de “Israel”, informando que um ataque à al-Mawasi, na região de Khan Younis, teve como alvo o comandante-chefe das Brigadas al-Qassam é “conversa fiada”.

O líder do Hamas foi enfático, acrescentando que “todos os mártires eram civis”, elucidando que “o que está acontecendo é uma escalada perigosa da guerra de extermínio à luz do apoio dos EUA e do silêncio internacional”, observando que o massacre é uma mensagem prática da ocupação de que ela “não está interessada em nenhum acordo”.

É importante frisar que, o Hamas sempre demonstrou vontade política de negociar a paz no atual conflito. No entanto, o Estado israelense, apesar da pressão internacional, vem recusando qualquer possibilidade de paz, querendo a entrega dos prisioneiros israelenses em troca de um mero cessar-fogo, objetivando com isso retirar da resistência palestina o seu único meio de barganha, permitindo aos sionistas infligir muito mais danos aos palestinos, sem o prejuízo político de matar os prisioneiros nesses ataques, com o retorno às hostilidades.

O que disse a resistência palestina

 

O Movimento da Jihad Islâmica enfatizou que o massacre cometido pela ocupação em Khan Younis é uma continuação da guerra de aniquilação que está sendo travada contra o povo palestino, após quase 10 meses de inação do mundo diante da máquina de matar e da criminalidade israelense.

Segundo o grupo, esse massacre confirma a violação, por parte da ocupação, de todas as normas e pactos internacionais, que não aceitam essas justificativas vergonhosas para cometer tais crimes sob qualquer pretexto, de acordo com a Jihad Islâmica.

O movimento enfatizou que a administração dos EUA é a principal responsável por esse crime, devido “à sua contagem de mártires e civis feridos, crianças, mulheres e idosos como danos colaterais, com a total cumplicidade e silêncio de todos aqueles que fornecem todos os tipos de apoio à ocupação”.

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Última Atualização: 16/07/2024