O presidente da França, Emmanuel Macron, aceitará a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal e do seu governo, mas o Executivo permanecerá à frente do país de maneira interina, informaram várias fontes que participaram do Conselho de Ministros.
O presidente informou ao premiê Attal e sua equipe que o governo passará a ser interino no fim do dia e deu a entender que a situação pode durar algum tempo, inclusive semanas, provavelmente até o final dos Jogos Olímpicos de Paris, que começam em 26 de julho e terminam em 11 de agosto, destacaram os ministros presentes na reunião.
O gabinete se reuniu nove dias após o segundo turno das legislativas, que reconfigurou o tabuleiro político no país.
A eleição de dois turnos deixou o hemiciclo fragmentado, no qual nenhum partido ou coalizão obteve a maioria absoluta de 289 deputados.
A Nova Frente Popular, uma aliança de esquerda que inclui socialistas, comunistas, ambientalistas e a esquerda radical, ficou em primeiro lugar, à frente da aliança de centro-direita de Macron e da extrema direita.
A nova legislatura começará na quinta-feira, dia da eleição do novo presidente da Assembleia Nacional, a Câmara Baixa do Parlamento.
As legislativas foram antecipadas após o revés sofrido pelo partido de Macron na eleição europeia de 9 de junho, na qual o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional foi o mais votado na França.
O presidente francês não exclui que o Conselho de Ministros possa voltar a se reunir pontualmente neste período interino. Na reunião, agradeceu o trabalho do primeiro-ministro e sua equipe, que respondeu da mesma forma.
“Não houve tensões nem surpresas”, afirmou um participante, em referência às flagrantes divergências entre Macron e Attal desde a convocatória das legislativas antecipadas.