O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta segunda-feira (15), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, que visita o país pela primeira vez em 24 anos para celebrar os 150 anos da imigração italiana no Brasil.

Após uma reunião privada, ambos os chefes de Estado participaram de uma solenidade para a assinatura de acordos bilaterais, entre eles o reconhecimento recíproco de carteiras de habilitação para fins de conversão.

“Manifestei minha satisfação com a vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França. Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo”, afirmou Lula.

O presidente comentou ainda que as guerras na Ucrânia e em Gaza também entraram na pauta dos presidentes, pois mostram “que abrir mão do diálogo e da diplomacia leva a consequências nefastas”.

Brasil e Itália também devem formar alianças no combate à fome. Lula ressaltou o convite para participar do Grupo de Trabalho sobre a Segurança Alimentar do G7, tendo em vista que a Itália é sede do Programa Mundial de Alimentos e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

“Retribuí a confiança convidando a Itália a se somar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza que lançaremos no Brasil por ocasião do G20”, continuou o presidente brasileiro.

Energia e Mercosul

O comércio Brasil e Itália movimenta, aproximadamente, R$ 10 bilhões por ano. Já as empresas italianas instaladas em território nacional ultrapassam a marca de 1.500 e geram mais de 150 mil empregos diretos.

“Compartilhei com o presidente Mattarella o desejo de diversificar a pauta e incrementar as exportações brasileiras. A retomada, em breve, do Conselho Brasil-Itália de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Industrial e Financeiro poderá contribuir muito nesse sentido”, ressaltou o brasileiro.

Lula, além de aumentar o volume de negócios com a Itália, voltou a reiterar que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia só não foi fechado devido às contradições internas dos europeus.

Outro ponto de convergência entre ambas as nações é a transição energética a partir da convicção do potencial da bioenergia, diante dos diversos investimentos de empresas italianas em parques eólicos. Apenas a Enel dedicou R$ 2 bilhões no Complexo Eólico Aroeira, na Bahia.

No Brasil até a próxima sexta-feira (19), o Sergio Mattarella vai visitar Rio Grande do Sul e passará por Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

Lula aproveitou a oportunidade para agradecer a doação de 25 toneladas de ajuda humanitária enviada pela Itália aos gaúchos. “O material doado certamente aliviou a enorme perda sofrida pela população gaúcha, que reúne uma parcela numerosa dos mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil.”

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Última Atualização: 15/07/2024