Confusão na entrada da partida entre Argentina e Colômbia. Foto: Getty Images

Pouco antes da final da Copa América 2024, nos Estados Unidos, inúmeros torcedores sem ingressos tentaram entrar no estádio Hard Rock para assistir o duelo decisivo entre as seleções da Argentina e da Colômbia. Como resultado, um grande tumulto nas catracas atrasou o começo da partida em 1h22.

Já no dia seguinte às críticas contundentes que recebeu pela organização frágil durante os 24 dias de competição, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, entrou de bermuda e celular em mãos para filmar o palco da final.

A confusão antes da última partida teve crianças chorando, torcedores ensanguentados e invasões até pelo sistema de ventilação do estádio. Ao invés do show da estrela colombiana Shakira, houve registros de torcedores com ingressos barrados da festa.

“É difícil de explicar, de entender. Os jogadores ficaram uma hora de pé fora do estádio para ver os familiares e tivemos que jogar assim. Tivemos a sensação de não saber como estavam nossas famílias, alguns não respondiam e não conseguíamos ficar alheios ao que estava acontecendo. Assim nós, e também os colombianos, entramos em campo. É algo muito difícil”, relatou Lionel Scaloni, técnico da Argentina, em entrevista coletiva.

Ainda durante a partida na noite de domingo, inúmeros vídeos e fotos viralizaram nas redes sociais mostrando o destruição do estádio em Miami. Outros registros também flagram torcedores argentinos pulando uma cerca em uma área não policiada do Hard Rock.

Este foi apenas um dos muitos problemas que o torneio nos EUA, que coroou a Argentina campeã ao derrotar a Colômbia por 1 a 0, apresentou na edição de 2024. O argentino Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, havia dito que os campos de competição e de treinamento eram “desastrosos”. Ele afirmou que a seleção da Bolívia ficou sem treinar devido às más condições do campo de treino.

A Conmebol e a organização estadunidense enfrentaram dificuldades após uma semifinal com brigas entre jogadores do Uruguai e torcedores da Colômbia, colocando em risco até mesmo familiares de atletas.

“Estamos nos EUA, um país, entre aspas, de segurança, de prevenção”, iniciou Bielsa em sua crítica. Ele lembrou que os jogadores reagiram à pancadaria na arquibancada depois da derrota para a Colômbia para proteger seus familiares após falhas na segurança do estádio. “Bando de mentirosos”, gritou o treinador da seleção uruguaia na entrevista coletiva, irritado com a organização da Conmebol.

O saldo da segunda Copa América nos EUA em oito anos, após também sediarem a edição de 2016, vencida pelo Chile, foi negativo. A alta média de público, com quase 50 mil pessoas nos estádios, foi um ponto positivo. Mais de 47 mil estiveram presentes antes da final entre Argentina e Colômbia.

Outra crítica ao torneio foi o tamanho menor dos gramados em relação ao padrão de campeonatos internacionais, com 100 metros de comprimento por 64 metros de largura, gerando muitas reclamações de treinadores e jogadores. Para a Copa de 2026, que também será realizada no Canadá e México, os gramados terão o tamanho convencional de 105 metros por 68 metros, conforme consta nos documentos oficiais da candidatura tripla.

Logo nas primeiras rodadas, quatro treinadores foram suspensos por atraso das equipes em retornarem do intervalo: Lionel Scaloni (Argentina), Ricardo Gareca (Chile), Marcelo Bielsa (Uruguai) e Fernando Batista (Venezuela).

A seleção brasileira também reclamou do tratamento da Conmebol. Na chegada ao hotel em Las Vegas, foram obrigados a entrarem pelos fundos, provocando o desabafo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues: “Nós não somos bandidos”, disse ele.

Antes, o principal jogador da seleção brasileira, Vini Jr, já havia reclamado do tratamento na competição. Ele ficou de fora das quartas de final por suspensão automática após levar dois cartões amarelos. Na sua última partida, contra a Colômbia, sofreu um pênalti não marcado e depois reconhecido como erro pela Conmebol.

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Última Atualização: 15/07/2024