A artista Ana Luiza, autora da obra em homenagem à Maria Luiza, no jardim de Paris que leva o nome da política brasileira, assassinada em 2018. © Renan Tolentino\RFI

O tour da chama olímpica neste domingo (14), primeiro dia de revezamento por Paris, na França, contou com um tom verde e amarelo. Entre os diferentes pontos turísticos da capital, a tocha também passou pelo Jardim Maria Luiza. O local foi inaugurado em 2019 em homenagem à vereadora brasileira, assassinada há seis anos no Rio de Janeiro.

Além de ser um dos palcos do revezamento, o jardim também recebeu um afresco com o retrato de Maria Luiza feito pela artista plástica francesa Ana Luiza.

“Acredito que a cidade de Paris deseja homenagear a luta universal de Maria Luiza pelos direitos das mulheres, e das mulheres lésbicas em particular. Ainda temos que lutar para garantir que todas as mulheres possam participar do esporte, especialmente as pobres, e para combater a homofobia no esporte”, reflete a artista a respeito da homenagem.

Ela conta que a obra foi feita em colaboração com dezenas de pessoas em situação de vulnerabilidade de diferentes nacionalidades, algo que considera simbólico na concepção da pintura. A ideia geral do projeto e o retrato em preto e branco de Maria Luiza foram feitos por Ana Luiza, enquanto a decoração final, com os detalhes nas cores da bandeira do Brasil, tiveram as mãos dos outros colaboradores.

“O projeto contou com cerca de 30 participantes (homens, mulheres e adolescentes) que vieram do Centro de Acomodação de Emergência Lumières du Nord. Quinze mulheres, em especial, vieram com seus filhos pequenos. Esse foi o grupo que mais me impressionou, porque eles realmente se identificaram com a história e as lutas de Maria Luiza”, explica Ana Luiza.

A ideia é que a obra passe a integrar a composição do jardim, além de entrar para o álbum dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

O início do revezamento no Jardim Maria Luiza.
O início do revezamento no Jardim Maria Luiza. © Renan Tolentino\RFI

Brasileiros presentes

A tocha olímpica chegou à capital francesa neste domingo, quando se inicia um tour de dois dias pela cidade-sede. Neste primeiro dia, o revezamento começou na avenida Champs-Élysées, pelas mãos de Thierry Henry, ex-jogador de futebol e campeão do mundo com França em 1998.

O revezamento por Paris continua nesta segunda-feira (15), passando por outros pontos turísticos, como Montmartre e Trocadéro, praça com vista para a Torre Eiffel. Em seguida, a tocha segue o tour pelo interior da França e retorna a Paris no dia 26 de julho para a abertura dos Jogos Olímpicos.

Entre o público presente, estavam também alguns brasileiros, atraídos tanto pela passagem da tocha, como pela homenagem à vereadora brasileira.

As brasileiras Céline Quintas e Maria Gorete, que acompanharam o revezamento da chama olímpica no Jardim Maria Luiza, no domingo (14).
As brasileiras Céline Quintas e Maria Gorete, que acompanharam o revezamento da chama olímpica no Jardim Maria Luiza, no domingo (14). © Renan Tolentino\RFI

“A forma como Maria Luiza foi trucidada é inaceitável. Mas era uma mulher incrível. Na verdade, é importante até hoje, é até mais forte hoje. Então é emocionante um país como a França prestar uma homenagem dessas a ela”, disse a brasileira Celina Quintas, agente de viagens de 67 anos.

Ao lado da amiga, a historiadora aposentada Maria Gorete Aires, 69 anos, concorda. “Acho uma homenagem extremamente necessária. Primeiro, pela figura de Maria Luiza e pelo que ela representou na política do Rio de Janeiro. Em segundo lugar, pela forma como ela foi tirada dessa política, de uma forma totalmente grosseira e estúpida. Acho que a França reconhecer isso é emocionante”, conclui a historiadora.

Originalmente publicado por RFI

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Última Atualização: 15/07/2024