O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), criticou a tentativa de antecipar as discussões sobre a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. A votação ocorrerá em fevereiro de 2025.
Segundo o petista, “acenderam a fogueira muito cedo”, mas o governo Lula (PT) tem experiência suficiente para não entrar nela.
“A nossa dedicação na relação com a Câmara será aprovar o que é importante para o País. A antecipação atrapalha a agenda de votações”, disse Padilha em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo 14. “Esse é um governo experiente. Acender a fogueira de forma antecipada chamusca quem entrou primeiro.”
Questionado sobre a possibilidade de o governo apoiar o candidato a ser escolhido por Lira, o ministro afirmou ser “natural” que o presidente da Câmara lidere o debate sobre sua sucessão, mas reforçou que o Palácio do Planalto não entrará em uma “disputa antecipada”.
Padilha e Lira mantêm uma tensa relação. O diálogo chegou ao seu momento mais delicado em 11 de abril, quando o deputado chamou o ministro de “incompetente” e “desafeto pessoal” durante um evento em Londrina (PR). O clima de turbulência, porém, se arrasta desde o ano passado, especialmente devido à forma e à celeridade na distribuição de emendas.
O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), é frequentemente apontado como o favorito de Lira para o comando da Câmara. Também devem entrar na briga Antônio Brito (PSD-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).