A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira 19 uma operação que mira os deputados federais bolsonaristas Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ). Segundo as investigações, há indício de desvios de recursos de cotas parlamentares por meio da locação de veículos em uma suposta empresa de fachada.
A PF cumpre sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os agentes foram às ruas no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro, bases eleitorais dos dois parlamentares.
“De acordo com as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública”, destacou a PF em nota oficial.
Em postagem nas redes sociais, Jordy, usando camisa com fotos e o nome da filha – que, segundo ele, faz aniversário nesta sexta –, se disse perseguido. Ele relatou que os agentes foram à residência da família no início da manhã, e disse que a Haruê Locação de Veículos, empresa investigada, presta serviços para outros parlamentares.
“A alegação deles é tosca. Dizem que chama muita atenção o número de veículos dessa empresa, que aluga para vários outros deputados, inclusive. Dizendo que as outras empresas têm mais de 20 veículos, 20 veículos na sua frota, e a Haruê locação tem apenas cinco veículos, e por isso seria empresa de fachada”, bradou.
Jordy, que no vídeo afirma que “acredita” que Sóstenes também tenha sido alvo das operações de busca e apreensão, repetiu as acusações ao STF, especialmente ao ministro Flávio Dino, que assina a autorização para a operação.
“Eu sei o que eles estão fazendo: isso aqui é mais do que querer nos intimidar. É uma pesca probatória. Eu não vou me deixar abalar com isso”, afirmou.
Sóstenes não se manifestou publicamente até a publicação deste texto. CartaCapital entrou em contato com o parlamentar e aguarda retorno. O espaço segue aberto.
A operação desta sexta é desdobramento de outra que ocorreu há exatamente um ano, em 19 de dezembro de 2024, quando assessores de Sóstenes e Jordy entraram na mira da PF, que investigava denúncias semelhantes.