O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou nesta terça-feira (16) que tropas do imperialismo — incluindo forças europeias e possivelmente membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) — poderiam repelir ataques russos em um eventual cenário pós-cessar-fogo, caso a Rússia “viole” o acordo de paz proposto.
Em entrevista à televisão pública alemã ZDF, Merz explicou que forças internacionais, que estão sendo discutidas como parte de garantias de “segurança” para a Ucrânia, teriam o mandato de proteger uma zona desmilitarizada e responder a possíveis incursões russas ou ataques se um cessar-fogo fosse acordado. Ele frisou que essa possibilidade ainda está distante e dependeria de um acordo de paz robusto e contratualizado entre as partes.
Merz ressaltou que a postura norte-americana, ao confirmar que pode tratar a Ucrânia sob um padrão de proteção similar ao previsto no Artigo 5 do tratado da OTAN em caso de cessar-fogo, representa uma mudança significativa na política dos Estados Unidos em relação à guerra.
Embora líderes europeus tenham afirmado que a força internacional não seria enviada à Ucrânia enquanto o conflito continua ativo, o debate sobre a criação de uma força multinacional de paz liderada por países europeus e com apoio dos EUA intensificou-se nas últimas semanas. Esses planos incluem a proteção de um possível cessar-fogo e a dissuasão de futuras ofensivas russas, mesmo depois de terminado o conflito.
O anúncio ocorre em um momento de crescente tensão entre a Rússia e o imperialismo. Os russos têm repetidamente rejeitado a presença de tropas do imperialismo no território ucraniano como parte de qualquer processo de paz e consideram propostas desse tipo inaceitáveis. O governo russo reafirmou nesta quarta-feira (17) que sua posição sobre a presença militar estrangeira na Ucrânia é conhecida, embora tenha dito que permanecem abertos a discutir detalhes nas conversações diplomáticas futuras.