Veto para inglês ver, acordo para valer 

Gleisi Hoffmann anunciou o veto de Lula ao projeto que reduz penas dos condenados pelo 8 de Janeiro, aprovado pelo Senado e já a caminho do Planalto. A ministra vestiu a toga da firmeza institucional e avisou: quem atentou contra a democracia deve pagar. Discurso impecável; eficácia duvidosa. O Congresso pode derrubar o veto sem esforço. E pode não ser acidente. A tramitação acelerada na CCJ passou por acordo entre governo e oposição, selado por Jaques Wagner (foto: Roque de Sá / Agência Senado)  que depois assumiu o gesto e disse ter agido sozinho, por “procedimento”, não por conteúdo. Ninguém acredita em ingenuidade no Planalto. Nos bastidores, cresce a suspeita de que o veto – e sua provável queda – integre uma negociação maior, com Washington no horizonte e Trump no radar. O governo posa de duro; o Congresso manda o recado; o resultado é o de sempre: teatro público, arranjo privado. E o enredo ainda não acabou.

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