O faturamento das PMEs voltou a avançar em novembro de 2025, segundo dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). A movimentação financeira média real cresceu 5,0% na comparação anual, após alta de 0,6% em outubro. O resultado mantém a sequência de avanços iniciada em junho e sinaliza melhora no fim do ano.
Além disso, no acumulado de 2025, o índice registra avanço de 0,5% frente a 2024. O dado reflete um primeiro semestre de desempenho fraco, compensado por resultados mais consistentes ao longo do segundo semestre.
O IODE-PMEs acompanha empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões e monitora 748 atividades econômicas distribuídas entre comércio, indústria, infraestrutura e serviços. O indicador funciona como um termômetro do faturamento das PMEs no país.
Por outro lado, o ambiente macroeconômico contribuiu para esse movimento. A manutenção do desemprego em patamares baixos e a renda média do trabalho em nível elevado ampliaram a circulação de recursos na economia ao longo dos últimos meses.
Também pesou a desaceleração inflacionária. De acordo com o IPCA de novembro de 2025, divulgado pelo IBGE, a inflação avançou 0,18% no mês, abaixo das projeções do mercado. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,46%, abaixo do teto da meta do Banco Central.
Indústria puxa o faturamento das PMEs
Nesse movimento, o principal destaque veio da indústria. O faturamento real das PMEs industriais avançou 9,5% na comparação com novembro de 2024, dando continuidade à recuperação iniciada em maio.
Além disso, a expansão foi disseminada. Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 17 apresentaram crescimento. Entre os segmentos com melhor desempenho estão máquinas e equipamentos, móveis e produtos químicos.
Comércio mantém retração apesar da Black Friday
Em contraste, o comércio seguiu em retração. O faturamento médio real das PMEs do setor caiu 5,4% em novembro, após recuo de 3,5% em outubro, mesmo com a presença da Black Friday no calendário.
O resultado foi pressionado tanto pelo atacado, com queda de 7,5%, quanto pelo varejo, que recuou 2,2% na comparação anual. Alguns nichos registraram crescimento, como varejo de calçados, joalheria e brinquedos. Ainda assim, segmentos relevantes, como móveis, vestuário e acessórios, além de cosméticos, permaneceram no campo negativo.
Serviços retomam crescimento no mês
Já no setor de serviços, o faturamento real das PMEs cresceu 3,6% em relação a novembro de 2024, revertendo as quedas observadas em setembro e outubro.
Contribuíram para o resultado atividades ligadas a viagens, operadores turísticos, serviços de reserva e alojamento, beneficiadas pela sazonalidade do período. Além disso, áreas como tecnologia da informação e serviços financeiros reforçaram o avanço do setor.
Infraestrutura volta ao campo positivo
O setor de infraestrutura apresentou alta de 15,4% na comparação anual, após sucessivos recuos ao longo do segundo semestre. O desempenho reflete a retomada da construção civil, com crescimento em construção de edifícios e serviços especializados para construção.
Também influenciou o efeito de uma base de comparação mais baixa em novembro de 2024, o que ampliou a variação anual observada no indicador.
Com esses resultados, o faturamento das PMEs acumula seis meses consecutivos de crescimento. A reversão iniciada em junho ocorre após um primeiro semestre marcado por dificuldades de expansão. A melhora da confiança do consumidor, medida pela FGV, e o alívio inflacionário ampliam o espaço para o consumo das famílias e sustentam o desempenho do índice até o encerramento de 2025.