O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta segunda-feira 15 que o Ministério da Justiça dê início ao pedido de extradição de Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado à prisão pela trama golpista. O deputado federal fugiu do País em setembro e atualmente está nos Estados Unidos.
As investigações da Polícia Federal apontam que Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina pela fronteira com a Guiana, na divisa com Roraima, onde já atuou como delegado, sem passar por nenhum posto migratório. No país vizinho, embarcou no Aeroporto de Georgetown, na capital guianesa, com destino aos EUA, onde entrou utilizando passaporte diplomático, apesar de uma determinação para cancelamento do documento.
Ramagem foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de integrar uma organização criminosa armada, responsável pela divulgação de desinformação sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2022, além de monitorar autoridades e apoiar ações para a abolição do Estado Democrático de Direito. Ele foi sentenciado a 16 anos de prisão em regime fechado.
A fuga só veio a público no fim de novembro, após a reportagem do site PlatôBr flagrá-lo em um hotel de luxo de Miami. Antes de viajar aos EUA, o bolsonarista apresentou um atestado psiquiátrico à Câmara alegando ansiedade e pedindo afastamento temporário.
Devido à manobra, Moraes determinou no mês passado a expedição de mandado de prisão e determinou a inserção de Ramagem no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP). Além disso, ordenou que a Câmara dos Deputados fosse avisada da perda de seu mandato. A Casa deve votar a cassação de Ramagem ainda nesta semana, após tensões entre Poderes marcadas pela votação que manteve o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália.