Multidão condena redução de pena dos que tentaram o golpe. Caetano, Gil, Chico, Fernanda Torres, Fafá de Belém e tantos outros artistas, em atos do domingo, relembraram o passado
O dia 14 de dezembro de 2025 entrou para a história como mais uma data em defesa da democracia brasileira, contra o autoritarismo e a impunidade. Os atos organizados pelo centro democrático popular em protesto à redução de penas para os golpistas de 8 de janeiro de 2023 se espalharam por todos os estados do país e contaram com a adesão de milhares de brasileiras e brasileiros.
A classe artística, fundamental na resistência durante os anos de chumbo e na redemocratização, voltou a se manifestar para que o fantasma do golpismo não encontre abrigo no Brasil.
Os atos contaram com a participação de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Paulinho da Viola, que simbolizam a resistência na ditadura; de Fafá de Belém, que encarnou a luta pelas Diretas Já; de Fernanda Torres, que acordou o Brasil sobre a importância da arte e a qualidade da produção artística nacional; e de tantos outros artistas e cantores conectados com lutas históricas e contemporâneas do povo brasileiro

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Vozes caladas no passado alertam novas gerações
As imagens do domingo mostram a força arrebatadora da luta contra o autoritarismo. O simbolismo dos atos transcende o entretenimento. Chico, Gil, Caetano, Paulinho da Viola, gigantes da Música Popular Brasileira, foram perseguidos, censurados e exilados durante a ditadura militar (1964-1985). Agora, emprestaram suas vozes e suas histórias, mais uma vez, para alertar as novas gerações sobre o risco do retorno a um estado de exceção e de um Congresso dominado pela extrema direita.
Dar anistia a quem tentou destruir as instituições e a democracia brasileira não é um ato de pacificação, mas de esquecimento de um passado ainda muito recente no Brasil.
A cultura como instrumento de luta e memória
A manifestação contou com a presença marcante de grandes nomes da dramaturgia nacional, como Fernanda Torres e Sophie Charlotte, que se uniram à multidão no Rio de Janeiro.
A atriz Sophie Charlotte recentemente reviveu Gal Costa no cinema, nome que também revolucionou a cultura brasileira. Já Fernanda Torres, herdeira de um legado artístico e político inestimável, reafirmou que o cinema brasileiro e a classe teatral estão atentos e vigilantes.
A presença da cantora Fafá de Belém no ato do Rio de Janeiro também foi emblemática, por ter sido a grande referência da luta pela redemocratização no país, na campanha das Diretas Já.
PTNacional