O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, declarou que o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi uma “deslealdade com a sociedade brasileira”.

Pacheco, que foi sabatinado no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, acrescentou que, caso sejam comprovadas as acusações, os autores dos crimes devem ser classificados como “traidores da pátria”.

“Eu espero muito que o Poder Judiciário e os órgãos de persecução criminal possam esclarecer, garantindo o contraditório, a autodefesa e o devido processo legal a esses investigados, mas que possa dar efetividade à punição dessas pessoas, porque de fato foi uma deslealdade com a sociedade brasileira o que nós vimos acontecer na Abin”, disse Pacheco.

Investigação da Polícia Federal apontou que agentes lotados na Abin utilizaram ferramentas de espionagem para monitorar autoridades do Judiciário, do Legislativo e da Receita Federal, além de personalidades públicas, como jornalistas.

“O que nós presenciamos foi realmente o uso clandestino e marginal de informações da Abin para poder perseguir pessoas”, destacou Pacheco. “A se confirmar isso que aconteceu na Abin, a partir da prova do processo, é algo realmente muito grave e, de fato, se, no passado, já se falou nesse nível de acontecimento como pessoas alopradas, eu reputo que são mais traidores da pátria do que aloprados”, acrescentou.

O relatório da PF apontou que a estrutura do órgão foi utilizada durante o governo de Jair Bolsonaro para favorecer dois filhos do ex-presidente.

Segundo a corporação, agentes que participaram do monitoramento clandestino buscaram informações sobre investigações envolvendo Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A conclusão está no relatório da investigação chamada de Abin Paralela, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo do inquérito que apura o caso.

Agência Brasil

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Última Atualização: 13/07/2024