Há várias décadas, as comunidades de índios da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, têm lutado pela retomada de suas terras, que, ao longo do tempo, foram sendo invadidas e tomadas pelos latifundiários e especuladores, que sempre contaram com o apoio dos governos da direita e dos capitalistas.
A luta dos índios pela retomada de suas terras tem sido longa e difícil. Na própria Constituição Federal de 1988, Artigo 231, foram asseguradas legalmente essas garantias de propriedade e posse das terras dos índios. No entanto, durante todo esse período, o governo federal não cuidou de garantir a demarcação desses territórios, abrindo espaço para os latifundiários com seus jagunços invadirem e ocuparem essas terras.
O Partido da Causa Operária (PCO) tem sido um aliado importante desse movimento, apoiando e participando da luta pela demarcação das terras dos índios.
Em 2022, o PCO lançou a primeira candidatura de um índio da história do Mato Grosso do Sul, Magno de Souza, sobrinho de Marçal de Souza, uma liderança Guarani Ñandeva que foi assassinada em 1983 por um latifundiário que queria impedir a luta. Na campanha, Magno denunciou a violência contra os índios praticada por jagunços, seguranças privados e atiradores de elite.
Nestas eleições, serão lançadas candidaturas de índios a prefeito em Dourados e Amambai, dentre outras cinco cidades do Estado e na Capital. O pré-candidato em Dourados é Valderi Garcia, líder do acampamento Ava Eté e terá Magno de Souza como pré-candidato a Vereador.
Já em Amambai, o pré-candidato é Daniel Lemes Vasque, líder da Aty Guasu, um nome dado pelos Guarani Caiouá e Ñhandeva a grandes reuniões políticas. Daniel também é o representante dos Guarani Caiouás no Conselho Nacional dos Povos Indígenas (CNPI) e já foi candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). “O PCO hoje, no Mato Grosso do Sul, é um partido de índios”, declarou Daniel.
Em Amambai, o pré-candidato a vereador Josiel Machado também faz parte da Aty Guasu e lidera a chapa de candidatos a vereadores índios. Josiel denunciou o genocídio e a militarização no Brasil durante evento da Organização das Nações Unidas.
