A prisão de Rodrigo Bacellar (União Brasil), no último dia 3 de dezembro, abriu espaço na cadeira de presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que era ocupada pelo deputado. Desde então a presidência da Casa está com Guilherme Delaroli (PL).
Agente da reserva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Delaroli é deputado em primeiro mandato. Chegou à Casa após receber 114 mil votos e fazer a a sexta maior votação de 2022. É um dos integrantes da base bolsonarista do governador Cláudio Castro (PL) na Alerj.
O agora presidente da Assembleia é integrante de uma linhagem de políticos. O pai, José, foi vereador da cidade de Maricá (na região metropolitana do Rio) por quatro mandatos. O irmão, Marcelo, é o prefeito de Itaboraí, também no Grande Rio. Antes de ser deputado, Guilherme trabalhou com o irmão na prefeitura.
Logo após a prisão de Bacellar, Guilherme Delaroli preferiu manter uma postura de continuidade do trabalho e não fez mudanças nos cargos da Alerj. Reviu sua posição dias mais tarde, quando os deputados decidiram soltar Bacellar, que pediu licença do cargo após a instalação da tornozeleira eletrônica. O afastamento deu a senha e Delaroli iniciou a dança das cadeiras na Casa.
“A presidência do Rodrigo [Bacellar] tem o staff dele, a pessoa que trabalha com ele. Como eu assumi, todos os cargos referentes à presidência serão nomeados por mim. E isso já começou. Vou nomear o meu chefe de gabinete da presidência, o assistente da presidência e o diretor-geral da casa. Vou vendo quem é quem. Então, eu vou substituir pelos cargos de confiança do meu pessoal”, disse, em entrevista ao jornal Extra.
Nas redes sociais, Delaroli publicou imagens em que mostrou o bom relacionamento que mantém com deputados estaduais de todo o espectro político: do ultrabolsonarista Rodrigo Amorim (União Brasil) ao ex-guerrilheiro e ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (PSB). A publicação é acompanhada da música Human, do cantor britânico Rag’n’Bone Man, cuja letra diz: “sou apenas humano, no fim das contas, não coloque sua culpa em mim”.
“Eu sou um cara simples, xucro e da roça. Entendo de cavalo e de asfalto”, disse, na mesma conversa com o Extra. “Já vivemos um momento tão ruim no Estado do Rio: um momento ruim na segurança, na saúde, e de incerteza. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu com o presidente Bacellar”, lamentou.
