
Senadores do MDB comunicaram ao presidente Lula, nesta quinta-feira (11), que a aprovação do projeto que reduz a pena aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 é considerada certa no Senado. A indicação foi dada durante reunião na Granja do Torto, após a Câmara aprovar, no dia (10), o texto que substituiu a proposta de anistia ampla. Com informações da Folha.
Participaram do encontro o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, Renan Calheiros, e o líder do governo na Casa, Jaques Wagner. Eles afirmaram que a votação está prevista para a próxima quarta-feira (17) e atribuíram o avanço do projeto a um entendimento entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ministros do STF.
Segundo relatos feitos ao governo, eventuais pedidos de vista não devem alterar o ritmo de tramitação, já que o prazo para análise do texto poderia ser limitado a uma hora. Lula reafirmou que mantém posição contrária à redução das penas, mas não antecipou se vetará o projeto caso ele seja aprovado pelo Senado e chegue à sua mesa para sanção.
Aliados do presidente afirmam que a tendência é pelo veto, lembrando que Lula já havia se manifestado contra a medida em setembro, quando o governador Tarcísio de Freitas articulava apoio à anistia. Durante agenda em Minas Gerais nesta quinta-feira (11), o presidente afirmou que tomará a decisão quando o projeto for encaminhado, declarando que Bolsonaro “tem que pagar pela tentativa de golpe e pela tentativa de destruir a democracia”.
É ELE! Após os deputados aprovarem o projeto que reduz a pena de Bolsonaro, o presidente Lula mandou um recado direto: “Bolsonaro tem que pagar pela tentativa de golpe, pela tentativa de destruir a democracia deste país. Ele sabe disso. Neo adianta ficar choramingando agora.” pic.twitter.com/JvVRKxcccO
— Diego Zeidan (@diego_zeidan) December 11, 2025
Os senadores também informaram Lula sobre o andamento do debate envolvendo pedidos de impeachment de ministros do STF. Segundo eles, a temperatura no Congresso diminuiu após o ministro Gilmar Mendes revisar decisão anterior e atender solicitação da AGU para manter o direito de outras autoridades, além da PGR, de pedir afastamento de integrantes da Corte.
Ao final da reunião, Lula afirmou que telefonará para Davi Alcolumbre ainda nesta semana. Ele reiterou que respeita o relacionamento institucional com Alcolumbre e Rodrigo Pacheco, mas destacou que não abre mão da prerrogativa constitucional de indicar o próximo ministro do STF. O governo trabalha para que o chefe da AGU, Jorge Messias, seja sabatinado em fevereiro do ano que vem.