A Polícia Federal indiciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suspeita de desviar dinheiro da cota parlamentar. O processo no Supremo Tribunal Federal está sob sigilo, mas o bolsonarista confirmou a informação nas redes sociais.
Os investigadores identificaram indícios de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato, segundo a GloboNews.
O indiciamento significa que a PF considerou haver indícios razoáveis de autoria dos crimes. Não se trata de uma condenação ou mesmo de uma denúncia, mas de uma suspeita que, na avaliação dos investigadores, deve levar ao avanço do processo.
Uma eventual denúncia cabe, neste caso, à Procuradoria-Geral da República. O órgão terá de analisar todo o relatório da PF para decidir se oferece ao STF a acusação, se recomenda o arquivamento ou se solicita novas diligência para aprofundar o trabalho policial.
Caso a PGR denuncie Gayer, o julgamento caberá ao Supremo.
Em outubro de 2024, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra 18 pessoas, entre elas Gayer. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, emitiu um parecer favorável à operação.
Todos os alvos da ação da PF eram investigados por integrar uma suposta associação voltada ao desvio da cota parlamentar de Gayer. A corporação mirava duas empresas do deputado, que podem ter sido abastecidas com dinheiro público.
Em um vídeo gravado após o indiciamento, Gayer afirmou que o caso se refere a uma escola de idiomas aberta por ele em 2013 e negou ter aplicado recursos de sua cota parlamentar em atividade privada.
De acordo com a investigação, onde deveria funcionar um gabinete do bolsonarista em Goiás havia um espaço que também era usado para uma loja e para a escola de inglês.
“A PF falou que eu financiei o 8 de Janeiro com cota parlamentar antes de virar deputado federal. Eu viajei no futuro, assumi como deputado federal e depois eu voltei no passado para financiar o 8 de Janeiro”, ironizou também, na gravação.
Os investigadores teriam encontrado no celular de um dos assessores de Gayer indícios de desvio da cota. Esse auxiliar do deputado já havia sido preso em uma das apurações sobre os atos golpistas no início de 2023.