Deputados do PSOL e da Rede protocolaram um ofício pedindo que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), agilize a tramitação do processo no Conselho de Ética contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Parlamentares protocolaram pedido de cassação em abril, quando ele já era suspeito de espionagem ilegal de políticos e autoridades públicas quando comandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O pedido dos partidos vem logo após a Polícia Federal deflagrar, nesta quinta-feira 11, a quarta fase da operação que investiga a ‘Abin Paralela’.

Na representação, a federação PSOL/Rede destaca que segundo a PF, o programa espião First Mile foi usado até o terceiro ano do governo Bolsonaro.

Os deputados justificam que Ramagem deve perder o mandato por quebra de decoro parlamentar devido a “práticas incompatíveis com o exercício do mandato”.

O monitoramento ilegal teve como alvos jornalistas, advogados, parlamentares e ministros do STF. Funcionários, servidores e policiais lotados na Abin teriam organizado o esquema com o objetivo de obter vantagens políticas, por meio da invasão de celulares e computadores e da produção de dossiês contra adversários.

Entre as autoridades espionadas estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e os senadores Alessandro Vieira (SE) e Renan Calheiros (AL).

A ferramenta utilizada para o suposto esquema de arapongagem é a First Mile, comprada da empresa israelense Cognyte por 5,7 milhões de reais, sem licitação, ainda no governo de Michel Temer. O software permite rastrear pessoas a partir dos dados transferidos dos celulares por meio de torres de comunicação.

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Última Atualização: 12/07/2024