A inflação oficial do País desacelerou em novembro e ficou em 0,18%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo divulgado nesta quarta-feira 10. É a menor variação para o mês desde 2018 e veio ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado, que projetava um avanço de 0,20%. Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 4,46%, voltando ao teto da meta de inflação, de 4,5%, pela primeira vez em mais de um ano.
O comportamento dos preços foi influenciado principalmente por duas forças. De um lado, os alimentos no domicílio recuaram pela sexta vez seguida, contribuindo para aliviar o índice. Tomate e arroz tiveram quedas expressivas e voltaram a puxar para baixo a cesta básica. De outro lado, a energia elétrica subiu mais uma vez e continua acumulando forte alta no ano, enquanto as passagens aéreas tiveram salto de quase 12%, tornando-se o item com maior impacto individual no mês.
Entre os nove grupos que compõem o IPCA, cinco tiveram alta, com destaque para despesas pessoais, habitação e vestuário. Transportes também avançaram, mas teriam registrado queda não fosse o aumento das passagens aéreas, já que combustíveis recuaram em novembro. Outros grupos, como artigos de residência e comunicação, apresentaram deflação.
O resultado de novembro consolida uma trajetória de inflação mais comportada na segunda metade do ano, mas ainda sob influência de fatores pontuais, como a variação dos alimentos e as oscilações de energia. Para o mercado financeiro, a expectativa é que a inflação termine o ano próxima de 4,4%, também dentro do intervalo permitido pelo Banco Central.