A direção do Sintaema recebeu a denúncia de mais um capítulo do processo contínuo de precarização do teleatendimento da Sabesp — agora agravado pelo inadmissível atraso no pagamento dos salários.
Não é de hoje que o Sintaema alerta que o modelo de terceirização adotado pela companhia para o atendimento ao público é marcado por irregularidades, instabilidade contratual, descumprimento de direitos básicos e um crescente quadro de adoecimento mental entre os atendentes.
Atraso salarial: desrespeito com quem garante o atendimento à população
De acordo com a denúncia que chegou ao Sintaema, a Provider – empresa que presta serviço à Sabesp – deixou de pagar os salários no 5º dia útil, e tenta justificar o atraso alegando falta de repasse da Sabesp.
A responsabilidade sobre o pagamento é direta e indelegável — e cabe à Provider honrar seus compromissos com quem executa o trabalho.
Denúncia antiga: teleatendimento precarizado, terceirização predatória e adoecimento
O Sintaema tem denunciado repetidamente que o setor de teleatendimento, terceirizado pela Sabesp, opera há anos em condições precárias, instáveis e insustentáveis.
Nossos relatórios e intervenções apontam:
- pressão constante por metas abusivas,
- alta rotatividade e insegurança contratual,
- ambientes estressantes,
- e um quadro crescente de adoecimento mental, com relatos de ansiedade, depressão e síndrome de burnout.
A terceirização generalizada — que deveria ser exceção — tornou-se uma estratégia de redução de custos, para a garantia de lucro, à custa da saúde física e emocional de trabalhadoras e trabalhadores.
Sabesp tem responsabilidade direta
Embora a Provider seja a contratante formal, a Sabesp não pode se eximir de responsabilidade. É ela quem contrata a empresa, define parâmetros de atendimento e se beneficia do trabalho executado.
Quando o atendimento falha, quando falta estrutura, quando há adoecimento, quando salários atrasam — a população sofre e os trabalhadores pagam a conta.
O Sintaema reforça que:
- não há serviço de qualidade sem valorização de quem trabalha;
- terceirização em áreas estratégicas fragiliza o serviço e precariza a mão de obra;
- a Sabesp precisa assumir seu papel fiscalizador e garantidor de direitos.
- Basta de precarização: o Sintaema seguirá na luta
Reafirmamos nossa solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras do teleatendimento e seguiremos em luta pela regularização imediata dos salários, respeito à categoria, condições dignas de trabalho e combate à precarização estrutural.
