A busca por referências fora do ambiente corporativo tem levado muitos executivos às quadras de tênis. Em um mercado no qual decisões acontecem no ritmo de um saque e a pressão é constante, a teoria do Esportismo — desenvolvida por Motta, Castropil e Santos — mostra que competências adquiridas na prática esportiva podem apoiar qualquer gestor.
A pesquisa destaca cinco pilares: atitude, visão, estratégia, execução e trabalho em equipe, elementos presentes no esporte e diretamente aplicáveis ao dia a dia das empresas.
Para Lucas André, CEO e fundador da Fast Tennis, o paralelo é natural. Ele afirma que tanto o jogador quanto o gestor lidam com evolução contínua e necessidade de adaptação.
“Assim como um atleta treina para disputar as próximas partidas, os gestores precisam desenvolver disciplina, leitura estratégica e controle emocional para seguir competitivos. As quadras me ensinaram que vencer não é ganhar o jogo inteiro, é dominar o próximo ponto”, diz.
Ponto a ponto
Lucas explica que insistir no erro compromete o movimento seguinte, dentro e fora das quadras. Ao aprender a “zerar” a mente, o gestor toma decisões mais rápidas e objetivas. Ele afirma que profissionais de alta performance sabem que o jogo muda a cada ponto e destacam-se pela capacidade de recuperar o foco imediatamente.
Estratégia antes da força
No tênis, de nada adianta potência sem direção. No mundo empresarial, acelerar metas sem clareza estratégica gera riscos semelhantes. Lucas reforça que o plano tático precisa vir antes de qualquer ação e que vence quem entende a dinâmica do jogo, seja na quadra ou na gestão.
Resistência emocional
A preparação emocional pode equilibrar partidas contra adversários superiores tecnicamente. No ambiente corporativo, essa habilidade aparece na capacidade de sustentar pressão, aprender com erros e recuperar confiança com rapidez. Segundo o executivo, líderes emocionalmente preparados fortalecem suas equipes e conduzem processos com mais consistência.
O jogo só termina no último ponto
Lucas lembra que muitas viradas acontecem justamente quando o placar parece desfavorável. O mesmo vale para o trabalho do gestor, que precisa manter visão de longo prazo e evitar desistir antes da hora. Ele afirma que as oportunidades aparecem nos momentos de maior desafio, quando persistência e adaptação se tornam diferenciais.
No encerramento, Lucas reforça que as lições das quadras ajudam qualquer gestor a reconhecer ritmo, equilibrar emoção e atuar com foco no próximo ponto — movimento capaz de definir o resultado do set e, muitas vezes, o rumo de toda a partida corporativa.