O silêncio de Tarcísio sobre a candidatura de Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

O silêncio de Tarcísio de Freitas (Republicanos) após ser preterido por Jair Bolsonaro (PL) e ver Flávio Bolsonaro (PL-RJ) lançado como candidato à Presidência expôs o racha na extrema-direita e marcou uma mudança no tabuleiro político. Mesmo apontado como um dos nomes mais cotados do bolsonarismo para 2026, o governador de São Paulo evitou qualquer manifestação pública desde o anúncio feito na sexta-feira (5).

Embora Tarcísio reafirme que pretende disputar a reeleição em São Paulo, ele vinha articulando nos bastidores, com apoio de lideranças do Centrão, a possibilidade de concorrer ao Planalto. A escolha de Flávio pelo pai, no entanto, interrompeu esse movimento e gerou desconforto entre aliados.

No sábado (6), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçou essa tensão ao chamar a candidatura do irmão de “xeque-mate” contra quem apoia outros nomes da direita e de “um baita recado” aos candidatos “do sistema”, num recado direto ao governador paulista.

Flávio tenta minimizar o afastamento

Em entrevista à TV Record neste domingo (7), Flávio afirmou que comunicou previamente Tarcísio sobre a decisão do pai e que o governador teria recebido “bem” a notícia.

“Talvez [o Tarcísio] tenha um dos principais papéis nas eleições de 2026. Tarcísio é uma peça fundamental nessa engrenagem. Tive contato com ele; foi a primeira pessoa com quem eu falei antes de começar a falar para outras pessoas qual tinha sido a decisão do presidente Bolsonaro. E, comigo, ele foi absolutamente transparente, direto: ‘Pode contar. Estamos juntos’”, declarou.

O senador disse ainda que não cobrará uma manifestação pública de apoio: “Não vou ficar cobrando do Tarcísio que ele se manifeste publicamente, porque ele já falou por várias, e várias, e várias vezes que o objetivo dele é ser candidato à reeleição no governo de São Paulo”.

As versões de Flávio para 2026

Desde o anúncio, Flávio Bolsonaro apresentou três versões diferentes sobre seus planos. Na sexta (5), afirmou ter sido escolhido por Jair Bolsonaro como candidato do bolsonarismo. No domingo (7) pela manhã, disse que poderia desistir da disputa mediante um “preço”, sem detalhar qual.

Horas depois, recuou e afirmou que sua candidatura “não tem volta”, revelando que seu “preço” seria “Bolsonaro livre e nas urnas”.

“Meu preço é justiça. E não é só justiça comigo, é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com o presidente Jair Messias Bolsonaro. Então, óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente”, disparou.

“A única forma disso [desistência] acontecer é se Bolsonaro estiver livre, nas urnas, caminhando com seus netos, filhos de Eduardo Bolsonaro, pelas ruas de todo o Brasil. Esse é meu preço”, declarou ainda.

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