Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o Copom deve encerrar o ano mantendo a Selic em 15% ao ano, mesmo diante do crescimento fraco do PIB, mas deve sinalizar a abertura de espaço para iniciar cortes de juros em 2026. A decisão, esperada para a próxima quarta-feira (10), conta com projeção unânime de manutenção da taxa, enquanto especialistas divergem sobre quando começará o ciclo de redução, alguns apostando em janeiro e outros em março.
A avaliação predominante é de que o Banco Central buscou esfriar a atividade econômica para controlar a inflação, mantendo a Selic elevada ao longo do segundo semestre. O PIB do terceiro trimestre cresceu apenas 0,1%, reforçando sinais de desaceleração em setores mais sensíveis aos juros. Mesmo assim, economistas afirmam que a autoridade monetária tende a agir com cautela, especialmente diante da volatilidade recente do câmbio e da proximidade do calendário eleitoral.
A melhora das expectativas de inflação captadas pelo boletim Focus, especialmente para 2025, é vista como um fator que pode permitir ao BC ajustar a comunicação e preparar o terreno para cortes no início do ano que vem. Ainda assim, episódios como a recente disparada do dólar alimentam o argumento de integrantes do mercado que defendem prudência maior, com possibilidade de início da flexibilização apenas em março.
Caso o BC demore mais a iniciar os cortes, analistas apontam que será necessário acelerar o ritmo posteriormente, com reduções de 0,5 ponto percentual ou mais. A estratégia deve considerar combinações amplas de dados, inflação, atividade, câmbio e mercado de trabalho, já que, apesar da perda de ritmo do PIB, o desemprego segue no menor nível da série histórica, em 5,4%.
Esse cenário reforça um Copom dividido entre responder à desaceleração econômica e administrar riscos associados ao ambiente político e cambial, preparando uma transição cuidadosa para um ciclo de queda da Selic em 2026.
Fonte: Folha de SP
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