
A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência ganhou ainda mais contornos neste domingo (7). Ao falar com jornalistas, o senador admitiu publicamente que pode desistir da disputa. Segundo ele, há um “preço” para sua retirada, que será revelado nesta segunda-feira. Questionado se esse preço seria a aprovação da anistia aos condenados pelos atos golpistas – medida que beneficiaria o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro – Flávio respondeu: “Está quente.”
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã”, afirmou. “Espero que a gente paute essa semana a anistia. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o que eles prometeram, que pautariam a anistia, e deixem o pau cantar no voto no plenário – que é o que a gente sempre quis”.
A declaração aparentemente não agradou o irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também nutre pretensões presidenciais. Em recado direto, escreveu nas redes: “Desistir não é opção! Para trás nem para tomar impulso, somente para frente!”. A tensão interna surge no momento em que Flávio amarga o menor apoio entre os nomes cotados para representar o bolsonarismo em 2026. Pesquisa Datafolha aponta que apenas 8% dos eleitores acreditam que ele deveria ser o escolhido pelo pai.
Desistir não é uma opção! Para trás nem para tomar impulso, somente para frente! 🇧🇷👊 https://t.co/5UzbYWpDAP
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) December 7, 2025
O levantamento mostra ainda que Michelle Bolsonaro lidera as preferências com 22%, seguida por Tarcísio de Freitas (20%), Ratinho Jr. (12%) e Eduardo Bolsonaro (9%). Além disso, metade da população — 50% — afirma que não votaria em nenhum candidato indicado por Jair Bolsonaro, revelando o desafio crescente para a direita nas eleições de 2026. Outros 26% dizem que votariam com certeza em um nome apoiado pelo ex-presidente, enquanto 21% talvez votariam.