Datafolha: Lula tem 15 pontos de vantagem sobre Flávio, o escolhido de Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) revelou, na sexta-feira (5), ter sido escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para representar a extrema direita na disputa presidencial de 2026. O cenário contra o parlamentar é um dos mais auspiciosos para Lula (PT), pré-candidato à reeleição, uma vez que a pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (6), indica uma vantagem de 15 pontos percentuais para o presidente em um cenário de 2º turno contra o ‘filho 01’. Além disso, Lula continua a vencer todos os seus opositores nos cenários traçados.

A notícia da escolha de Flávio surpreendeu o mercado financeiro, que reagiu negativamente com a maior queda (-4,31%) da B3, a Bolsa de Valores, desde 2021 (-4,87% durante a pandemia de covid-19). Os grandes investidores que vivem de rentismo querem que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), lidere a chapa ‘abençoada’ por Bolsonaro.

Na rede social X, o senador publicou: “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”.

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Na sequência, ele já iniciou a campanha por anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 8 de Janeiro. Essa posição só confirma o que analistas políticos entenderam sobre a escolha de Flávio, que diz respeito somente à manutenção de algum legado da família em uma tentativa desesperada de tentar livrar o inelegível Jair da cadeia.

Agora, a direita e a extrema direita buscam se reorganizar e demover Flávio da ideia, para que não ocorram múltiplas candidaturas do mesmo campo.

Pesquisa Datafolha

A escolha de Flávio, caso seja levada adiante, não seria do desagrado do governo que disputará a reeleição. Contra o senador, Lula tem um dos melhores desempenhos em 2º turno de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha.

Neste cenário, Lula tem 51% da preferência do eleitorado, enquanto Flávio tem 36%, uma diferença de 15 pontos percentuais. Brancos, nulos e nenhum somam 12% e os que não sabem são 1%.

Um cenário ainda mais vantajoso se configura caso a disputa fosse contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Nele, Lula tem 52%, enquanto o ‘filho 03’ marca 35%: diferença de 17 pontos percentuais. Os demais números repetem os do quadro anterior.

Contra Michelle Bolsonaro (PL), a diferença a favor do presidente é de 11 p.p., pois Lula fica com 50% e a ex-primeira-dama com 39%, sendo que brancos, nulos e nenhum são 10% e não sabem 1%.

Para fechar a família, em um cenário hipotético pois Jair cumpre pena de 27 anos de prisão e antes mesmo da condenação penal já estava inelegível até 2030, Lula bate com 49% o ex-presidente que conta com 40% das indicações. Os outros resultados repetem os da disputa Lula X Michelle.

É contra Tarcísio, o preferido das elites, que vendeu a Sabesp com a promessa de que a conta de água iria baratear para as famílias paulistas, mas, pelo contrário, a conta encareceu neste final de 2025, que a disputa fica mais acirrada.

Nessa projeção, o presidente Lula marca 47% das escolhas dos eleitores e o governador 42%, com brancos, nulos e nenhum em 10% e não sabem 2%. A diferença entre os dois é de 5 pontos percentuais. No entanto, essa diferença aumentou, ainda que dentro da margem de erro, em um ponto, pois em julho era 45% a 41% pró-Lula.

Ainda há o cenário contra o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), em que Lula fica com 47% e o filho do apresentador do SBT, com 41% (brancos, nulos e nenhum são 11% e não sabem 1%).

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A pesquisa ainda trouxe múltiplos quadros de primeiro turno, em que há candidaturas simultâneas de figuras que querem o apoio de Bolsonaro. Lula vence todas as projeções ao marcar 41% da preferência.

Entre os principais concorrentes do presidente, Tarcísio de Freitas alcança 23% em um contexto que ainda tem Ratinho Jr. com 11%, Ronaldo Caiado com 6% (União) e Romeu Zema com 3% (Novo).

Tanto Flávio quanto Eduardo alcançaram apenas 18% em seus respectivos cenários, que também contam com os governadores, e Michelle, como cabeça de chapa, registra 24%, um ponto percentual a mais em comparação ao somado pelo governador de São Paulo na projeção em que ele é a principal escolha da extrema direita.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre 2 e 4 de dezembro com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 113 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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