Trump apoia extrema-direita europeia com teoria da “grande substituição” em plano de segurança

Viktor Orbán e Donald Trump

O governo de Donald Trump, por meio de um novo documento de política divulgado na sexta-feira (5), expressou seu apoio à ascensão de partidos nacionalistas de extrema-direita na Europa.

A “Estratégia de Segurança Nacional dos EUA” adverte que a Europa enfrenta um “apagamento civilizacional” nas próximas duas décadas devido à imigração e à integração da União Europeia. Segundo o documento, os EUA devem “cultivar resistência” contra a trajetória atual do continente, que seria responsável pela perda de identidades nacionais e enfraquecimento da soberania.

A proposta, com um tom alarmista, apoia diretamente a teoria da “grande substituição”, alegando que a Europa corre o risco de se tornar uma “maioria não europeia”. O plano prevê que, caso as tendências atuais persistam, o continente poderá se tornar irreconhecível em 20 anos ou menos. Trump, em seu discurso, também sugere que os EUA precisam trabalhar com países europeus alinhados para restaurar suas “grandezas passadas”, oferecendo apoio às forças nacionalistas e populistas que emergem nas urnas.

Além disso, o documento faz um elogio explícito ao movimento político que Trump já apoia abertamente nos EUA, dizendo que o modelo de governo da extrema-direita europeia, centrado em uma liderança forte e autoritária, seria mais eficaz para enfrentar os problemas do continente. O governo de Trump argumenta que o sistema democrático europeu está falido, sendo necessário substituí-lo por uma forma de liderança mais rígida, como um monarca ou CEO.

A resposta de líderes europeus não demorou a chegar. Johann Wadephul, ministro das Relações Exteriores da Alemanha, criticou a tentativa de Trump de interferir na organização interna da Europa, afirmando que o país é perfeitamente capaz de lidar com suas próprias questões, sem necessidade de conselhos externos. Wadephul também se posicionou contra qualquer tentativa de reduzir a liberdade de expressão e os direitos democráticos dos países da União Europeia, temas abordados diretamente no plano de Trump.

Com eleições previstas para os próximos anos em diversos países da União Europeia e o crescimento de partidos populistas e de extrema-direita, o plano de Trump reflete uma aliança crescente com as tendências autoritárias na política mundial.

Seu discurso, que sugere a destruição do sistema democrático para a implementação de uma elite tecnocrática, coloca em risco as fundações da democracia ocidental, promovendo uma agenda de enfraquecimento da União Europeia e da integridade das nações democráticas.

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