O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou-se “otimista” com a proposta de cooperação permanente entre Brasil e Estados Unidos para o combate ao crime organizado — incluindo lavagem de dinheiro e tráfico de armas com alcance internacional.
Haddad se reuniu com o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, e afirmou que saiu da conversa animado com a possibilidade de concretizar um “canal célere” de comunicação entre os países.
A ideia é que autoridades americanas possam ser notificadas sempre que chegarem ao Brasil cargas suspeitas — como peças de fuzil ou armas — e que se apure a origem, o exportador e o destino dessas remessas.
Além disso, Haddad informou ter compartilhado com os EUA detalhes de investigações envolvendo fundos de investimento suspeitos de financiar o crime organizado, com parte desses fundos operando a partir do território norte-americano — especialmente no estado de Delaware.
Evasão, lavagem e armas de um lado; oferta de cooperação do outro
A iniciativa de cooperação bilateral ocorre em meio a operações recentes no Brasil que revelaram esquemas complexos de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo o crime organizado e empresas dissidentes.
Investigações apontaram uso de empresas sediadas nos EUA para movimentar recursos ilícitos, além da suspeita de que armas e peças de fuzis sejam exportadas dos EUA e entrem ilegalmente no país.
Para Haddad, o Brasil precisa ir além de acordos formais — “não adianta só uma política de boa vizinhança”, afirmou —, propondo que a cooperação seja eficaz e gere resultados concretos.
O que resta observar até 2026
- Se os EUA de fato formalizarem o canal proposto — com envio de documentação, cooperação aduaneira, rastreamento financeiro e troca de informações — como promete a embaixada.
- Se a cooperação será suficiente para atingir as estruturas internacionais de lavagem de dinheiro e de fornecimento de armas.
- A reação das facções criminosas e dos grupos atingidos — e quais medidas internas o Brasil adotará para assegurar que o acordo produza resultados concretos.
- Como esse movimento de segurança internacional impactará o clima econômico e político local: com possível aumento da pressão por fiscalização, repressão e medidas duras contra evasão e contrabando.