O governador bolsonarista de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) foi convocado a prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A convocação foi aprovada nesta quinta-feira (4), juntamente com a quebra do sigilo telemático, bancário e fiscal do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro.
As medidas foram tomadas devido à investigação sobre possíveis irregularidades na oferta de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS, tema que é um dos objetos da comissão mista.
No caso do governador mineiro, segundo o deputado Rogério Correia (PT-MG) — que apresentou o requerimento de convocação aprovado na comissão —, o objetivo é esclarecer questões relativas à Zema Financeira.
De acordo com o parlamentar, a empresa, ligada ao governador, foi uma das beneficiárias da Medida Provisória (MP) 1.106 de 2022, do governo Jair Bolsonaro (PL), que permitiu empréstimos consignados a usuários do Bolsa Família, à época chamado de Auxílio Brasil.
“A Zema foi uma das poucas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a oferecer a linha de crédito, que desconta a parcela direto do pagamento feito pelo governo para famílias vulneráveis em até 40% do valor do benefício”, justificou o parlamentar mineiro.
Correia rebateu a resposta de Zema à convocação. De acordo com o governador, ele teria deixado a empresa quando se elegeu, em 2018. “Ele não poderia ser dessa financeira para estar no governo do estado. Por isso saiu. Mas eu queria dizer a vocês que ele ainda mantém 16,41% das ações. O pai dele, Ricardo Zema, 51% das ações. O irmão dele, Romero Zema, 16,41%. E a Luciana Zema, que é a irmã, 16,18%. Se vocês somarem, 100% da família Zema”, declarou o deputado.
Quanto a Vorcaro, o banqueiro chegou a ser preso, e depois liberado, sob a acusação de ter fraudado operações no mercado financeiro, que podem somar R$ 12 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).
Com agências
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
(PL)