Alcolumbre elogia Lula e sinaliza trégua com o governo

Lula e Davi Alcolumbre.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em evento no Amapá nesta sexta-feira (5), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), enviou por meio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um recado de agradecimento ao presidente Lula (PT). Ele destacou o apoio constante de Lula ao Amapá, afirmando: “Padilha, muito obrigado. Leve meus agradecimentos, pessoal e institucional, ao presidente da República, que tem nos apoiado e apoiado o Amapá a todo instante”.

Essa manifestação marca uma trégua na relação entre Alcolumbre e Lula, que esteve tensa nos últimos meses. A principal divergência ocorreu quando Lula escolheu o ministro da AGU, Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre defendia que o indicado fosse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um de seus principais aliados, e passou a atuar diretamente para derrotar a indicação de Messias.

A escolha de Messias para o STF precisará da aprovação dos senadores, e Alcolumbre trabalhou para impedir a votação favorável a Lula, o que levou o presidente a adiar a sabatina para o ano seguinte. No entanto, na quinta-feira (4), novas tensões surgiram quando Lula criticou o Congresso, acusando-o de “sequestrar” o Orçamento com as emendas parlamentares, o que gerou mal-estar com integrantes do Palácio do Planalto.

Lula e Jorge Messias

Apesar dessas divergências, no evento desta sexta-feira, Alcolumbre fez uma declaração positiva em relação a Lula, especialmente no que diz respeito aos investimentos do governo no Amapá. “A sua presença aqui é a presença do governo federal, do estado brasileiro, que nunca faltou ao povo do Amapá”, disse Alcolumbre, destacando o apoio de Lula à região Norte e Nordeste, que ele considera negligenciada socialmente.

Na quinta-feira, Lula havia criticado as emendas impositivas durante um evento com empresários, afirmando que o Congresso “sequestrou 50% do Orçamento da União”, o que, segundo ele, era um “grave erro histórico”. A declaração gerou desconforto entre deputados e senadores da base aliada, que estavam no Congresso, levando Alcolumbre a questionar a acusação em uma conversa com os parlamentares presentes.

As emendas parlamentares têm sido um ponto de atrito entre os Poderes no governo de Lula, com o STF também atuando para exigir mais transparência em sua execução. O ministro Flávio Dino chegou a bloquear a execução dessas emendas, o que foi visto como uma tentativa do Planalto de enfraquecer o Congresso. No entanto, a sessão de quinta-feira representou uma tentativa de reconciliação, com a aprovação consensual da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O relacionamento entre o governo e o presidente do Senado, até então considerado um dos maiores aliados de Lula no Congresso, ainda enfrenta desafios, especialmente após a indicação de Messias para o STF. O presidente tem expressado o desejo de encontrar com Alcolumbre para restabelecer o bom diálogo e resolver as pendências entre os dois.

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