O Camaleônico presidente do Senado, por Francisco Calmon

O Camaleônico presidente do Senado

por Francisco Celso Calmon

Até o jornal das elites conservadores não aguenta mais o barão do Senado, taxada por esse jornal como chantagista.  Alcolumbre não respeita a República e o sistema presidencialista, é um autocrata num colegiado republicano.

Ele tem como estilo o do riquinho dono da bola. Só coloca a bola em jogo se estiver escalado para decidir a partida. Não respeita a divisão tripartite da República.

Não respeita o sistema presidencialista, impõe na prática o semipresidencialismo ou semiparlamentarismo, mesmo sabendo que o parlamentarismo fora derrotado em plebiscito.                                                                                                                      

É um político camaleônico, mas pica e mata que nem o escorpião.

 É chantagista, vaidoso, traiçoeiro e sobretudo egocêntrico, se enxerga como o centro do poder; a soberania popular só admite quando o povo vai às ruas, aí ele mia e recua.

O presidente do Senado quer assumir a prerrogativa exclusiva do Presidente da República.

Indicar ministro do Supremo cabe, constitucionalmente, ao presidente Lula, mas Alcolumbre queria um aliado seu para o cargo: o senador Rodrigo Pacheco.

Insistindo nessa linha, atua como o barão maior do baronato Legislativo.

É a herança maldita deixada pelo ex-presidente fascista Jair Bolsonaro, que delegou ao Legislativo tal prerrogativa para ter cumplicidade em suas ações golpistas.

Depois de 2018, o Legislativo vestiu o figurino inconstitucional do semipresidencialismo. Passou a forçar a barra, emparedando o presidencialismo constitucional escolhido pelo povo.

A aprovação de emendas constitucionais exorbitantes, que somam mais de R$ 50 bilhões/ano, é a prova do evidente golpe semiparlamentarista, que prejudica a governabilidade para favorecer a classe política em suas ações obscuras ao arrepio da lei.

Por isso, o Legislativo, através de seu barão maior, quer influir no STF por meio de indicações de seus membros.

Alcolumbre quer ter um aliado para contraditar decisões como a do ministro Flávio Dino em relação a essas emendas sem transparência e com desvio de finalidade.

As emendas parlamentares corroeram os princípios constitucionais da Administração Pública produzindo uma metástase de corrupção até o último tecido institucional e social. 

Lula felizmente não caiu na armadilha. Preferiu manter a indicação de Jorge Messias, enfrentando o abuso legislativo.

Não entro no mérito da escolha do nome, e, sim, na defesa da prerrogativa exclusiva como presidente eleito pelo sufrágio popular.

Francisco Celso Calmon, Analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia, 60 anos do golpe: gerações em luta, Memórias e fantasias de um combatente; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

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