O programa especial dedicado a expor em detalhes o caso de Natália Pimenta e o funcionamento do que o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, definiu como uma verdadeira “indústria da morte” estruturada no sistema de saúde pública e privada do País tem nova data. Agora, ele ocorrerá na próxima segunda-feira (8), às 12h, na Causa Operária TV (COTV).
O anúncio havia sido feito durante a Análise Política da Semana do último sábado (29), mas ganha novo peso após o ato realizado no domingo (30), em São Paulo, quando Rui Pimenta e outros dirigentes denunciaram amplamente o crime cometido contra a militante.
Um programa para revelar cada etapa do crime
O especial reunirá o Departamento Jurídico do PCO e militantes que acompanharam diretamente o tratamento negado a Natália. Segundo o presidente do PCO, o objetivo é explicar minuciosamente o processo, desde a prescrição médica até as negativas sucessivas do Judiciário e do Ministério da Saúde.
“Vamos mostrar que, por trás desse sistema, existe um aparato estruturado para negar atendimento a quem não consegue pagar por remédios caríssimos”, afirmou o dirigente ao anunciar o programa.
A transmissão será, segundo ele, um esclarecimento necessário para a classe trabalhadora:
“O caso dela não é isolado. Atinge milhares, centenas de milhares, talvez milhões de pessoas.”
O ato de domingo
No domingo (30), na Biblioteca da Casa de Portugal, Rui Costa Pimenta fez uma intervenção na qual afirmou categoricamente: “isso não foi uma morte natural. Foi um assassinato”.
A fala, realizada diante de dezenas de militantes, reforçou a denúncia que será a principal discussão do programa. Pimenta explicou que Natália foi vítima de uma máquina burocrática que envolve convênios privados, o Estado e o Judiciário, que bloquearam por quase dois meses o medicamento indicado pelos médicos e que poderia salvar a vida da dirigente, que faleceu no dia 22 de novembro.
O dirigente adiantou que o programa abrirá a campanha política que o PCO iniciará em âmbito nacional, buscando responsabilizar os envolvidos e denunciar a política de sacrifício da população trabalhadora em favor dos bancos e dos grandes grupos financeiros.
João Pimenta, também membro da Direção do PCO e irmão de Natália, relatou que a juíza responsável pelo caso negou o remédio sob o argumento de preservar a “sustentabilidade financeira do SUS”:
“Se a sustentabilidade do SUS depende de matar pacientes, então algo muito errado está acontecendo”, disse durante sua intervenção no ato.
Bastidores do tratamento
O especial também abordará a pressão enfrentada pela família e pelos companheiros de partido durante os 10 meses de tratamento. Como relatado por João Pimenta no ato de domingo, Natália travou uma batalha simultânea contra a doença, contra erros médicos, contra o bloqueio das empresas privadas e contra a paralisia do Estado.
“Ela derrotou todas as estatísticas”, disse João, recordando os 26 dias de UTI e a resistência incansável da militante.
Campanha permanente
Rui Costa Pimenta reafirmou que o Partido transformará o caso em instrumento de denúncia nacional.
“Se nós não conseguimos usar o caso que estamos sofrendo para denunciar a situação, não temos credibilidade para defender a classe trabalhadora”, disse no sábado.
A transmissão será a base dessa iniciativa, que incluirá ações no Congresso Nacional, investigação jurídica e coleta de relatos semelhantes de outros trabalhadores que enfrentaram a mesma política de negação de tratamento.
No encerramento do ato de domingo, Rui Pimenta destacou que Natália integra, de maneira permanente, o programa político do Partido:
“Ela saiu da vida para entrar na história. Ela agora é parte da luta geral do PCO.”