A Zona Leste de São Paulo, mais uma vez, está na linha de frente de um ataque brutal contra o meio ambiente, a saúde pública e a dignidade da população. E mais uma vez, a administração municipal de Ricardo Nunes mostra em quem se espelha: segue à risca a cartilha de destruição ambiental de Tarcísio de Freitas, priorizando os interesses de grandes empresas em detrimento da vida do povo trabalhador.
Desde 1992, o distrito de São Mateus carrega o fardo de abrigar um aterro sanitário, sofrendo com o descaso, o mau cheiro constante e a degradação ambiental. Em vez de seguir o que determina o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (PGIRS) construído com participação popular, Ricardo Nunes optou pelo caminho mais fácil, sujo e perigoso: a ampliação do aterro e a instalação de um incinerador de lixo.
O projeto, em parceria com a empresa EcoUrbis, é um crime anunciado. Significa:
- O desmatamento de mais de 63 mil árvores em uma região que já sofre brutalmente com ilhas de calor, enchentes e falta de áreas verdes.
- A instalação de um incinerador, tecnologia ultrapassada e comprovadamente nociva, que vai ampliar a poluição do ar, aumentar os riscos de doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer, além de gerar um volume absurdo de cinzas tóxicas.
- O aumento do mau cheiro, barulho e tráfego de caminhões, tornando a vida na região ainda mais insuportável.
Tudo isso em uma área já extremamente vulnerável, onde vivem crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes que terão sua saúde diretamente ameaçada. É a environmental racism em sua forma mais crua: tratar a periferia como lixeira da cidade.
Ricardo Nunes ignora solenemente as alternativas. Não avançou na coleta seletiva, ignorou o trabalho essencial das catadoras e catadores de materiais recicláveis, não investiu em compostagem e não apresentou qualquer proposta sustentável. A escolha pelo incinerador é a escolha pela morte, pela doença e pela destruição.
POR QUE SOMOS CONTRA
- Impacto ambiental grave: suprimir 63 mil árvores agrava a crise climática, compromete a biodiversidade e a proteção de nascentes e cabeceiras do Aricanduva;
- Risco à saúde e à qualidade de vida: aterros e incineradores têm impactos reconhecidos sobre o ar, a água, o solo e a saúde das comunidades do entorno;
- Injustiça socioambiental: São Mateus, já sobrecarregado por passivos ambientais, arcaria novamente com os maiores danos.
- Retrocesso na política de resíduos: São Paulo recicla apenas 2,48% dos resíduos. Ampliar aterro e cogitar incinerador sem priorizar redução, reciclagem e compostagem contraria as melhores práticas internacionais;
- Falta de transparência e participação: decisões de alto impacto não podem ser tomadas sem estudos completos (incluindo EIA/RIMA), debate público qualificado e controle social real.
O Sintaema, que sempre esteve ao lado da classe trabalhadora e na defesa intransigente do meio ambiente saudável, DENUNCIA veementemente este projeto de morte. É hora de dizer BASTA! A Zona Leste não é depósito de lixo!
Precisamos ocupar a audiência pública e unir forças contra esse projeto nefasto:
Data: Sábado, 4 de Outubro
Hora: 10h
Local: Rua Antônio Mariano Leme, em frente ao nº 65 – São Mateus
A luta contra o incinerador e o desmatamento em São Mateus é a luta de todos nós!