O ex-chefe do Estado-Maior do exército de “Israel” Herzi Halevi admitiu que as tropas sionistas já assassinaram ou feriram mais de 200 mil palestinos desde 7 de outubro de 2023. A declaração foi feita em um encontro no assentamento de Ein HaBesor e representa a primeira vez que uma alta autoridade sionista reconhece números próximos aos divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza.
Halevi, que chefiou as forças de ocupação desde o início do massacre até sua renúncia em março deste ano, afirmou que, durante todo o período, “não uma só vez” houve restrições impostas pelos assessores jurídicos do exército. “Eles saberão como defender isso legalmente no mundo”, disse. Em tom ainda mais agressivo, declarou que o regime deveria ter agido “mais fortemente” contra Gaza antes mesmo da heroica Operação Dilúvio de Al-Aqsa.
Genocídio confirmado pelo próprio exército
Os números apresentados pelo general coincidem com os registros do Ministério da Saúde de Gaza: 64.718 assassinados e 163.859 feridos até agora, além de milhares de desaparecidos sob os escombros. A estimativa corresponde a cerca de 10% da população total do território sitiado.
Para além dos dados gerais, a brutalidade é diária. Só na sexta-feira (12), correspondentes confirmaram que as forças de ocupação assassinaram 59 palestinos em um único dia, sendo 42 deles em Gaza e no norte da Faixa. Desde a retomada do genocídio em 18 de março de 2025, já foram mais de 12 mil assassinados e 52 mil feridos adicionais.
Fome assola o povo palestino
Segundo fontes médicas, 2.479 palestinos já foram assassinados enquanto buscavam ajuda humanitária e outros 18.091 ficaram feridos. Só nas últimas 24 horas, hospitais registraram 14 mortos e 143 feridos nessa situação.
Mortes pela fome também aumentam: já são 413 mortes confirmadas por desnutrição, incluindo 143 crianças. O quadro foi reconhecido oficialmente como fome em agosto por agências da ONU, mas nada foi feito para conter a tragédia.
Resistência palestina enfrenta a ocupação
Apesar das tentativas de esvaziar o território, mais de um milhão de palestinos continuam em Gaza e no norte. O Gabinete de Informação do Governo palestino informou que cresce o movimento de retorno às áreas bombardeadas: só ontem, 20 mil pessoas voltaram para suas casas, desafiando a política de limpeza étnica conduzida pelo regime sionista.
Bombardeio de escolas e abrigos
A destruição material acompanha a matança humana. A ONU calcula que 92% das residências de Gaza já foram danificadas ou destruídas. Desde 6 de agosto, mais de mil prédios foram arrasados na Cidade de Gaza. Ao todo, 181 abrigos e centros de deslocados foram bombardeados.
Escolas e instituições educacionais são alvos sistemáticos. A Escola Al-Zaytoun foi palco de mais um massacre, com 22 assassinados — entre eles 13 crianças e seis mulheres. Outras escolas atingidas foram a Kfar Qasim, no campo de refugiados de Al-Shati, e a Al-Farabi, próxima ao Estádio Al-Yarmouk.
Hamas denuncia crimes de guerra
Em comunicado divulgado no sábado (13), o Hamas afirmou que mais de um milhão de palestinos em Gaza estão submetidos a uma política de limpeza étnica e expulsão forçada. A organização destacou que o grau de brutalidade do regime sionista “superou a do nazismo” e convocou a mobilização internacional: “é preciso que os povos tomem as ruas e as praças em solidariedade com Gaza até que o genocídio seja interrompido”.
O movimento também responsabilizou diretamente os Estados Unidos por fornecerem cobertura política irrestrita a “Israel” e por blindarem seus dirigentes de qualquer tentativa de responsabilização internacional.